Maurim diz ter xingado arbitragem, mas nega ter falado ser do PCC
Chamou atenção ontem o relatório do árbitro do jogo entre Atlético de Paranavaí e Independente de São José dos Pinhais, pela Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense.
O árbitro João Paulo Romano Queiroz relatou que o assistente Alessandro Michel de Oliveira Domiciano foi ameaçado de morte pelo lateral Maurim, do Paranavaí, logo após a marcação da penalidade que deu a vitória ao Independente por 2×1 em jogo disputado no Estádio Waldemiro Wagner, anteontem.
Diz o árbitro na súmula que após a marcação de um pênalti a favor do Independente, o atleta disse que era membro do PCC. "Seu ladrão, safado, você tem que voltar esse pênalti, eu sou do PCC e vou colocar o revólver na sua boca e você vai sentir o gosto da bala", teria dito Maurim.
Em entrevista ao Diário do Noroeste, ontem à tarde, o jogador negou ter falado sobre PCC, reconhecendo, entretanto, que pode ter feito xingamentos. “Eu não falei PCC jamais, eu xinguei de outras palavras, acho que ele acabou aumentando”.
Maurim argumentou que o árbitro estava “de marcação” com ele. “Desde o início do jogo, quando dei uma entrada no adversário, eu fui falar com ele e me mandou calar a boca, me ofendeu, eu fiquei quieto”.
Curioso, é que o Maurim foi expulso no início do segundo tempo, mas o árbitro voltou atrás na decisão ao ser informado pelo assistente que a agressão verbal teria vindo de um torcedor.
Mas aos 47 minutos o árbitro anotou penalidade ao Independente, gerando reclamação dos atletas de Paranavaí. Foi quando Maurim foi expulso.
“Eu caí de costa e bati o braço na bola, sem querer. Não foi intenção fazer o pênalti. Ele demorou para me expulsar, acho que foi o bandeira quem falou que eu o estava ofendendo. Não falei tudo isso que foi relatado. De cabeça quente eu posso ter falado em revólver, mas PCC jamais. Ele tem que medir as palavras antes de me acusar”, disse Maurim.
O árbitro relatou ainda que ao término do primeiro tempo, quando a equipe de arbitragem se dirigia ao vestiário, o diretor Ramalho Santos, no túnel de acesso ao vestiário, proferiu as seguintes palavras ao assistente Vagner Cavalari:
“Você nunca mais vai bandeirar na sua vida seu vagabundo. Tava impedido, levanta essa p…, a gente trabalha a semana toda para você fazer essa m…. Os atleticanos alegam que havia impedimento no primeiro gol do adversário e contestam a penalidade no segundo gol.
“Agora é erguer a cabeça. Vou conversar com o presidente para ver se consegue um advogado para eu dar a minha versão”, disse o jogador atleticano, preocupado com a repercussão do caso.
“É ruim para mim, queima meu filme. Eu que joguei em várias equipes, acontecer isso. Pode analisar minha carreira, eu nunca xinguei árbitros, eu fico chateado com isso”.
CHANCES – Com a derrota de domingo para o Independente por 2×1, o Atlético de Paranavaí ficou com pouquíssimas chances de chegar em 1º lugar no quadrangular e subir para a 1ª Divisão.
Para isso ocorrer, o Vermelhinho precisa vencer seus três jogos restantes e contar com uma combinação de resultados, como por exemplo o Cascavel CR não vencer nenhum de seus três jogos restantes.
Para o lateral Maurim, o campeonato ainda não terminou. “É triste, a gente vem fazendo um bom trabalho. Mas ainda não está acabado, no futebol tudo pode acontecer. Agora é trabalhar, sabendo que está difícil, e ainda mais dependendo dos outros. Vamos ser realistas: ficou complicado”. (Colaborou: José Carlos Avelar)