Programa Amigos do Peso é voltado para orientação nutricional em obesos

Perder peso de maneira saudável é um desafio para muita gente e o número de pessoas com sobrepeso ou em situação de obesidade tem crescido nos últimos anos. Prova disso é a quantidade de pessoas que têm procurado por cirurgias bariátricas. 
A Prefeitura de Paranavaí vai implantar o Amigos do Peso, um programa de apoio contra a obesidade, disse a coordenadora de Vigilância Nutricional, enfermeira Denise Fontes Blanco.
“Quando assumi a coordenação da Vigilância Nutricional do município, percebi um número muito grande de pessoas solicitando cirurgias de redução de estômago. Fiquei inconformada, porque a bariátrica tem que ser a última alternativa para quem precisa perder peso. Existem várias alternativas antes de pensar numa solução tão radical, que mexe com a rotina da pessoa pelo resto da vida”, afirmou Denise 
O Programa Amigos do Peso vai funcionar nos próximos 10 meses, atendendo pelos menos 400 pessoas, com a formação de dez grupos, um em cada área de abrangência das UBSs. Nos bairros que têm duas unidades de saúde próximas, como a Vila Operária, haverá apenas um grupo com os pacientes destas localidades, pela questão da proximidade. 
“O objetivo do programa é fazer um trabalho de orientação nutricional em grupo e acompanhamento da perda de peso, ensinando aos participantes sobre a autorresponsabilidade. Ou seja, cada um é responsável pela mudança de seus hábitos. O que facilita é que as pessoas estarão em grupo, recebendo apoio e incentivo de outras pessoas que estarão enfrentando o mesmo desafio”, destaca Denise. 
Para a nutricionista que fará o acompanhamento dos participantes do programa, Gisele Rocha, o resultado só vem com uma mudança de mentalidade. “Primeiro, a pessoa precisa ter força de vontade e realmente querer fazer algo para se ajudar, para melhorar sua condição. Durante o programa, nós vamos trabalhar com várias informações e orientações importantes para quebrar alguns tabus. Um deles é que para perder peso, muitos alimentos são proibidos. Quando você diz para uma pessoa que ela não pode comer isso ou aquilo, fica bem mais difícil ela persistir. Nada é proibido. Basta saber com que frequência você pode comer aquele alimento, e em que quantidade (sem excessos)”.
Outro fator importante é o envolvimento de toda a família em apoio a quem está fazendo a reeducação alimentar. “A mudança de mentalidade da esposa, por exemplo, às vezes não agrada muito o marido e os filhos. E se ela tiver que fazer dois tipos de comida diferentes para agradar a todos, acaba desanimando e desistindo. Este programa pretende ajudar os participantes a levar essa mudança para os demais integrantes da família. Além de ajudar quem está participando, também contribui que toda a família tenha uma alimentação saudável, evitando problemas futuros”, frisa a nutricionista. 
PARTICIPA DO PROGRAMA – Dulcinéia de Fátima Marcolino tem 49 anos e é paciente da UBS Campo Belo. Ela já se inscreveu para participar do Programa Amigos do Peso e está determinada a perder 10kg. 
“Na minha família temos uma predisposição genética a engordar. Eu até comecei a fazer um regime por conta própria e emagreci 5 kg, mas aí comecei a trabalhar fazendo lanches à noite, e agora todo mundo na minha casa quer comer lanche todos os dias. Eu entrei na onda e engordei novamente. Mas eu preciso perder peso, primeiro por questões de me sentir bem comigo mesma. Me incomodo ao colocar uma roupa mais apertada. Preciso melhor minha autoestima. E também já tenho sentido que quando caminho um pouco mais rápido ou uma distância maior, sinto um cansaço fora do comum. Eu quero me cuidar. Não pretendo desistir. Quero ir até o fim do programa e depois servir de exemplo para outras pessoas”, afirma ela. 
COMO PARTICIPAR – Para participar do programa Amigos do Peso, as pessoas interessadas podem procurar a UBS mais próxima de sua casa e saber se seu perfil se enquadra no programa. 
“Estamos abrindo primeiramente para pessoas com idades entre 20 e 59 anos, que estejam com sobrepeso ou obesidade em nível 1, e não tenham quadros crônicos críticos, como cardiopatias, hipertensão crítica ou diabetes descontrolada”, finaliza a coordenadora Denise.