Prevenção de doenças é caminho para reduzir internamentos no PA

A atenção primária precisa ser prioridade quando o assunto é Sistema Único de Saúde (SUS). Foi o que declararam o chefe da 14ª Regional de Saúde, Nivaldo Mazzin, e o vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Paranavaí, Arnoldo Luiz Victor. 
Em conversa com a equipe do Diário do Noroeste, os dois avaliaram a reunião realizada no início desta semana, na Câmara de Vereadores de Paranavaí. Na ocasião, autoridades ligadas à saúde apontaram problemas que o setor enfrenta e se comprometeram a trabalhar na busca por soluções.
O primeiro passo, disse o vice-presidente do CMS, é garantir que o primeiro atendimento aos pacientes seja de qualidade, “fazer com que a saúde básica funcione”. A tarefa deve começar com agentes de saúde, equipes de enfermagem e médicos que trabalham em cada Unidade Básica de Saúde (UBS).
A avaliação de Arnoldo Luiz Victor é que o estímulo à mudança de hábitos e à prevenção de doenças resultará em redução no número de pacientes que dependem de internamento no Pronto Atendimento Municipal e até mesmo na Santa Casa. A palavra é “prevenção”.
Na opinião do chefe da 14ª Regional de Saúde, a Administração Municipal tem falhas que precisam ser sanadas, mas o principal problema está na falta de cuidados da própria população. “Muitas pessoas só procuram atendimento médico quando estão em situação grave”, ponderou.
Para Mazzin, o SUS é o melhor sistema público de saúde do mundo, mas para que funcione adequadamente é importante que seja bem utilizado. Ele também falou sobre o trabalho preventivo partindo das UBSs e alcançando todos os moradores da cidade.
RESULTADOS POSITIVOS – Arnoldo Luiz Victor disse que alguns avanços importantes foram identificados nos últimos meses. Ele apontou como exemplo a queda no número de internamentos no Pronto Atendimento. É resultado de uma política de atenção primária mais eficiente, avaliou.
O vice-presidente do CMS também destacou o fato de haver uma integração entre os diferentes setores da saúde. Assim, os serviços públicos municipais, interdependentes, funcionam de maneira a obter melhor resolutividade.
Nivaldo Mazzin se manifestou de maneira semelhante ao dizer que as cobranças para melhorar a atenção primária têm surtido resultados satisfatórios, mesmo havendo pontos que precisam ser aprimorados. O Governo do Estado, afirmou, tem atuado junto às secretarias municipais de Saúde nesse sentido.
COMISSÃO DE SAÚDE – A reunião realizada no início da semana foi organizada pelo Conselho Permanente de Saúde da Câmara de Paranavaí. O grupo de vereadores que o compõem pediu esclarecimentos sobre diferentes assuntos, entre os quais, os internamentos no Pronto Atendimento. 
A equipe do DN tentou contato com o vereador Leônidas Favero Neto, que integra a Comissão de Saúde, para que avaliasse a situação e comentasse sobre a reunião, mas até a conclusão desta matéria ele não havia retornado a ligação.
De acordo com Arnoldo Luiz Victor, o Poder Legislativo passará a acompanhar de maneira mais próxima as ações voltadas para a melhoria do sistema público de saúde. Outras organizações já fazem esse trabalho, por exemplo, o CMS e a 14ª Regional de Saúde.
A ideia é que a cada 90 dias uma nova reunião seja realizada, para avaliar os resultados obtidos até então e propor novas ações. A partir daí, concluiu o vice-presidente do CMS, os avanços se tornarão ainda mais evidentes.
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL – A equipe do DN tentou conversar com a secretária municipal de Saúde, Andréia Vilar, para que apresentasse posicionamentos sobre a reunião e as ações desenvolvidas nas UBS de Paranavaí, mas ela não foi encontrada.
SANTA CASA – O diretor da Santa Casa Heracles de Alencar Arrais também foi procurado para falar sobre as questões ligadas à Santa Casa e que foram debatidas durante a reunião na Câmara de Vereadores. A equipe do DN não conseguiu contato.
SOBRE A REUNIÃO – Em matéria publicada na edição de ontem do DN, com texto enviado pela assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores, destacam-se alguns pontos sobre a reunião do início da semana. 
Um é o que as autoridades que participaram do encontro classificaram como falência da atenção primária, com serviços sucateados, ausência de médicos especialistas em algumas áreas e carência de prevenção.