Prisão de motorista paranavaiense “esquenta” debate sobre o tráfico
A prisão de um motorista de 42 anos, morador de Paranavaí e que transportava 5.780 quilos de maconha, continua sendo tema das rodas de conversa na cidade desde o flagrante da última segunda-feira. A detenção reforça a convicção policial de que Paranavaí é uma grande rota do tráfico de drogas.
Um policial da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) de Maringá confirmou ao Diário do Noroeste que Paranavaí é hoje uma base forte do tráfico.
As investigações que culminaram na prisão do motorista apontaram que a quadrilha tem os chefes em Paranavaí e Loanda, além e ramificações no Mato Grosso do Sul (Itaquiraí e Coronel Sapucaia), como definiu o delegado do Denarc, Gustavo Pinho Alves. A primeira cidade (Itaquiraí) é a origem da carga apreendida na segunda-feira à noite em Nova Esperança.
Não por acaso, esse é o segundo motorista paranavaiense transportando toneladas de maconha em dois meses. No começo de dezembro do ano passado, um motorista morreu em acidente com caminhão que levava 3.750 quilos da erva. O acidente foi no município de Barão de Cocais, Minas Gerais.
DETALHES – Após a prisão nesta semana, o motorista paranavaiense de 42 anos alegou desconhecer o conteúdo da carga que transportava.
Disse que foi contratado por R$ 10 mil para dirigir o caminhão até Natal, no Rio Grande do Norte, levando fertilizantes. O motorista disse desconhecer o proprietário e nesta linha de raciocínio, pegou o caminhão carregado e apenas dirigiu até ser preso.
Os documentos do veículo serão checados, na expectativa de identificar o proprietário, avançando também na identificação dos chefes do tráfico.
A Polícia já sabe que a informação sobre destino final é falsa, objetivando dificultar o andamento dos trabalhos. Conforme mostram as investigações, a droga iria para Goiânia, capital de Goiás, sendo que parte da carga ficaria na região de Maringá.
Outra contradição nas declarações do preso é com relação ao preço do frete. O pagamento de R$ 10 mil apenas para dirigir um caminhão até o Nordeste está muito acima do valor de mercado para a função de motorista.
Também há problemas no depoimento em relação ao casal preso com um veículo Kia Sportage. De acordo com a Polícia, o veículo dava apoio, uma espécie de batedor para avisar sobre eventuais barreiras de Polícia na pista.
O caminhoneiro paranavaiense confirmou que o casal estava dando apoio na viagem. O casal nega. Declara que estava indo para Goiânia fazer compras. A Polícia rechaça tal ideia, já que o destino informado não seria um centro de compras.
Ao contrário da informação inicial, o caminhoneiro tem passagem policial, delito ainda não apurado, situação idêntica a do casal apontado como cúmplice no transporte da droga. Os três permanecem presos em Nova Esperança.
A Divisão Estadual de Narcóticos de Maringá fez a apreensão da maior carga de maconha do ano no Paraná na segunda-feira à noite. Foi em Nova Esperança, distante 32 quilômetros de Paranavaí (PR-463), próximo ao trevo de acesso a Uniflor.
A Denarc investigava o esquema há três meses. Na segunda-feira teve a informação de que a carga, cuja venda no “varejo” poderia render até R$ 8,6 milhões, passaria pela região, o que deflagrou a operação.