A cada 19 dias, uma pessoa se matou na região de Paranavaí, em 2017

Em média a cada 19 dias do ano de 2017, uma pessoa cometeu suicídio na região de Paranavaí. Os números obtidos pelo Diário do Noroeste na 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí (8ª SDP) indicam que foram 19 registros de suicídios na área de atuação da subdivisão. O mês de agosto foi o de maior registro com quatro mortes.
Somente em Paranavaí foram sete mortes registradas no ano de 2017. Paraíso do Norte, Guairaçá e Nova Esperança tiveram dois suicídios cada. Tamboara, Paranacity, Presidente Castelo Branco, Loanda, Terra Rica e Amaporã registraram uma morte cada.
De acordo com o delegado Luiz Carlos Manica, chefe da 8ª SDP, em todos os casos atendidos pela Polícia Civil foram abertos inquéritos policiais. Os investigadores verificaram os motivos e constataram se houve auxílio ou instigação. Em nenhum caso ficou caracterizada a participação de uma segunda pessoa.
“A quantidade de suicídios em nossa região impressiona. Nos últimos três anos passamos a monitorar mais esses casos. Já é possível dizer que não tem um padrão de pessoas que tomam a decisão de tirar a própria vida. Porém, são pessoas que estão na plenitude produtiva. A maioria com idade variando dos 30 aos 50 anos de idade”, disse Mânica.
O delegado-chefe explicou que as investigações indicaram que muitas vezes as pessoas que tiraram a vida eram saudáveis. As informações colhidas nos inquéritos indicaram que na maioria das vezes tinham problemas, porém, poderiam ser solucionados.
NÚMEROS – O delegado-chefe apresentou os números de suicídios dos últimos três anos na área de atuação da 8ª SDP. Mânica comentou que no ano de 2015 foram 18 mortes. No ano seguinte houve um aumento 16,66% e 21 mortes registradas.
Em 2017, somente o mês de fevereiro não teve registro de suicídio na área de atuação da 8ª SDP. A pessoa mais jovem que tirou a própria vida tinha 20 anos e morava em Nova Esperança. Já a pessoa de mais idade tinha 76 anos e era de Paranavaí.
Os dados da 8ª Subdivisão Policial (8ª SDP) indicam que no ano passado das 19 mortes, 13 foram por enforcamento e duas por envenenamento. Outras duas mortes aconteceram por uso de arma. Uma das pessoas que cometeu suicídio tomou medicamentos e outra asfixiou-se.
No ano de 2016, a Polícia Civil atendeu 21 casos de suicídio em toda área da 8ª SDP. Nesse ano aconteceram sete mortes em Paranavaí. Alto Paraná, Mirador e Floraí tiveram dois registros cada. Loanda, Marilena, Querência do Norte, Santa Cruz de Monte Castelo, Tamboara, Nova Esperança, Paraíso do Norte e São Carlos do Ivaí, uma morte cada.
De acordo com as informações da Polícia Civil, no ano de 2016 a pessoa mais jovem que tirou a própria vida, através de enforcamento, tinha 15 anos e morava em Presidente Castelo Branco. Já a pessoa com mais idade tinha 80 anos e também se enforcou.
Por fim, os dados da 8ª SDP indicam que em 2015 foram 18 suicídios registrados em toda a região. Somente em Paranavaí foram seis mortes. Outros dois registros aconteceram em cada uma das seguintes cidades: Paranacity, Itaúna do Sul, Alto Paraná e Nova Esperança. Um suicídio aconteceu em Paraíso do Norte, um em Porto Rico, um em Loanda e um em Guairaçá.
Do total de suicídios registrados em 2015, a maioria foi por enforcamento. A pessoa mais jovem que tirou a vida tinha 15 anos e era de Paranavaí. Já a pessoa de mais idade tinha 74 anos e era morador de Itaúna do Sul e usou arma de fogo.
NÚMEROS NACIONAIS – Os dados do Governo Federal indicam que cerca de 11 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no Brasil. De acordo com as informações do Ministério da Saúde, entre 2011 e 2016, 62.804 pessoas tiraram as próprias vidas. Deste total, 79% são homens e 21% são mulheres.
A taxa de mortalidade por suicídio entre os homens foi quatro vezes maior que a das mulheres, entre 2011 e 2015. Os dados estatísticos indicam que são 8,7 suicídios de homens e 2,4 de mulheres por 100 mil habitantes.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a cada 40 segundos uma pessoa tenta se matar no mundo. A OMS também afirma que 90% dos suicídios poderiam ser evitados.
No Brasil, desde 2014, foi criada a campanha Setembro Amarelo para debater o assunto. O objetivo é que pessoas com tendências suicidas possam ter acesso a ajuda e tratamento. Dessa forma, o suicídio passou a ser tratado como questão de saúde pública.