Número de casos positivos de dengue é muito baixo em relação às notificações

O último caso de dengue registrado no Noroeste do Paraná foi em Tamboara, há aproximadamente duas semanas. Com a confirmação, a região contabiliza 68 resultados positivos para exames laboratoriais.
Ao todo, são 1.238 notificações de pacientes com sintomas da doença. O que chama a atenção é a grande quantidade de casos negativos: 1.089 nos 28 municípios atendidos pela 14ª Regional de Saúde.
Uma das possibilidades apontadas pelo chefe regional da Divisão de Vigilância em Saúde, Walter Sordi Junior, é que as amostras sanguíneas tenham sido coletadas em data posterior ao período que permite a identificação do vírus causador da dengue.
Outras questões técnicas poderiam estar influenciando nos resultados dos exames, por exemplo, o transporte incorreto desses materiais. “Vamos buscar aprimorar, para tentar descobrir por que temos tantos casos negativos [de dengue]”, disse Sordi Junior.
Independentemente dos resultados, as equipes municipais precisam realizar as estratégias de bloqueio sempre que houver concentração de notificações em determinadas regiões. Significa intensificar a eliminação de criadouros do Aedes aegypti e aplicar veneno, entre outros procedimentos.
De acordo com o chefe regional da Divisão de Vigilância em Saúde, o risco de uma epidemia de dengue ainda existe. Ele se baseou no fato de muitos municípios terem apresentado índice de infestação pelo Aedes aegypti acima do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é 1%.
Só para citar alguns casos, em Santo Antônio do Caiuá, por exemplo, o levantamento apontou para 7,3% de infestação; em Itaúna do Sul, 4,7%; e em São Pedro do Paraná, 4,2%.
O principal problema continua sendo o descaso dos moradores em relação às ações de combate ao mosquito transmissor da dengue. A prática de descarte de lixo em terrenos baldios e fundos de vale está no topo da lista de irregularidades que contribuem para o número elevado de mosquitos.