Audiências de conciliação tornam processos judiciais mais céleres

Safira de Jesus Domingues está concluindo o quinto ano do curso de Direito na Universidade Paranaense (Unipar) de Paranavaí. Desde 2016 tem participado das audiências conciliatórias realizadas no Núcleo de Práticas Jurídicas da instituição. No mutirão de ontem não foi diferente.
Ao longo desse período, a estudante teve contato com diferentes processos, conversou com as pessoas envolvidas nas ações, trocou experiências com outros estudantes e com professores. Levou para a prática o que aprendeu em sala de aula. “Crescimento importante”, avaliou Safira.
Da mesma maneira que ela, outros acadêmicos participam das audiências de conciliação. Advogados voluntários também trabalham para tentar resolver os processos. Em média, conseguem alcançar índice superior a 60% de resultados positivos. No mutirão de ontem foram aproximadamente 90 audiências.
Juíza da Vara da Família e Infância, Eveline Soares Marra explicou que os casos levados para os mutirões são considerados urgentes e de tramitação prioritária. A maioria está relacionada a divórcio, guarda de filhos e pensão alimentícia. “A proposta é fazer com que as partes resolvam de maneira amigável”, destacou.
Os mutirões de conciliação também proporcionam a desobstrução da pauta de audiências no Fórum de Paranavaí. Um processo que poderia levar até um ano para ser concluído leva de dois a três meses. Isso permite a inclusão de outros casos na programação da Vara da Família e Infância.
PARTICIPAÇÃO DOS ACADÊMICOS – A professora Angélica Giosa Candido, coordenadora do curso de Direito da Unipar, destacou a importância da participação dos estudantes nas audiências conciliatórias. “Conversam com as partes e lidam com diferentes casos e pessoas. Ajuda na formação humanística”.
De acordo com a juíza Eveline Soares Marra, outro fator positivo para os acadêmicos é que durante os mutirões conseguem avaliar as diferentes esferas da profissão. A partir daí, têm condições de escolher em que área querem atuar profissionalmente.
Foi o que aconteceu com Safira de Jesus Domingues, citada no início desta matéria. “Pude visualizar peculiaridades da profissão e fazer minha escolha. Quero ser promotora de Justiça”. A sugestão da estudante é que os colegas acadêmicos participem das próximas edições do mutirão de conciliação.
PRÁTICAS JURÍDICAS – O Núcleo de Práticas Jurídicas da Unipar conta com espaço para estagiários, por se tratar de um projeto de extensão universitária. Ali, os estudantes têm contato diário com a profissão e conseguem vivenciar no dia a dia o que aprendem dentro da sala de aula.
Os atendimentos são gratuitos e voltados para pessoas que tenham, comprovadamente, baixa renda familiar. Alunos e professores ficam no local de segunda a sexta-feira, das 13 às 17 horas. O endereço é Avenida Humberto Bruning, 360, em frente à Unipar.