Deral constata perdas em lavouras da região por causa das chuvas
As fortes chuvas que caíram na região desde o mês passado deixaram um rastro de prejuízos em lavouras de vários municípios. O levantamento preliminar do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura, detecta perdas nas culturas de arroz e soja, dentre outras.
O pesquisador do Deral, Ênio Luiz Debarba, cita as áreas de Querência do Norte, Santa Cruz de Monte Castelo, Santa Mônica e Loanda como mais atingidas. No entanto, também há perdas em Paranacity, Paranapoema, Cruzeiro do Sul e cidades próximas, além de Paraíso do Norte e São Carlos do Ivaí.
De acordo com o pesquisador, não é possível avaliar a extensão dos danos, porém, lamenta que o excesso de chuva trará quebras importantes na produção de arroz irrigado em Querência.
Pelo volume de chuvas, a plantação está “encharcada”. Se durar mais que dez dias, levará a consequentes perdas de produção e produtividade. Sem contar que o replantio dessa cultura não é simples, devido às condições de solo.
São 6.500 hectares de arroz irrigado e, numa avaliação inicial, entre 2.500 e 3.000 hectares podem estar comprometidos. Atualmente cerca de 80% estão embaixo d’água por causa das cheias dos rios. Um cenário mais preciso será avaliado nas próximas semanas.
SOJA – No caso da soja também há perdas, mas ainda é possível replantar nas primeiras semanas de novembro. O prazo ideal é até outubro. Essa cultura foi afetada também pela quebra de curvas de nível por causa da força da água. Parte das plantas foi soterrada.
Esse volume provocou muita erosão, bem como danos nas estradas rurais e em pontes. Há ainda registro de danos em barracões de frango, inclusive com morte de parte das aves.
Querência do Norte, por exemplo, decretou situação de emergência por conta de danos nas áreas urbana e rural. Casas foram destelhadas, pontes danificadas e parte dos estudantes ficou sem aulas devido ao problema de transporte.
VOLUME DE ÁGUA – Nas regiões citadas o volume de chuva é considerado sem precedentes. Medição de uma cooperativa de produção constatou 550 milímetros de chuva nos dez últimos dias de outubro. De 03 a 07 de novembro houve ainda mais chuva, desta vez, 87 milímetros.
Com isso, o acumulado de pouco mais de duas semanas chegou a 637 milímetros. A média para todo o ano nestas áreas não ultrapassa 1.600 milímetros, 133 milímetros por mês. Para ter noção prática desta quantidade, cada milímetro representa um litro de água em área de um metro quadrado.