Estiagem prolongada afeta atividade agrícola na região de Paranavaí

A estiagem prolongada está afetando as atividades agrícolas na região de Paranavaí. A região de Paranavaí teve um mês de setembro praticamente sem chuva e agosto ficou aquém da média histórica.
O plantio do milho safra verão e da mandioca está atrasado. Sem contar que a pastagem está castigada, com reflexos na produção de carne.
Embora a área total da safra verão seja de apenas 2.500 hectares, o plantio do milho está atrasado, atingindo apenas 5% do previsto. O chamado milho safrinha tem área muito superior, ultrapassando 32 mil hectares.
A pequena área do milho de verão é um fator que facilita a regularização assim que chover. O pesquisador do Deral – Departamento de Economia Rural, Ênio Luiz Debarba, informa que até outubro há tempo hábil para o plantio.
O milho de verão na região é praticamente cultura de subsistência. Uma das razões é o volume de perdas por causa de calor e estiagem nos meses de temperaturas mais elevadas.
MANDIOCA – Outra cultura que sofre atrasos é da mandioca. Ainda restam cerca de 20% da área a ser plantada, dentro da estimativa de 26 mil hectares para a safra 2018.
A mandiocultura vive outros dilemas. Impulsionados pelos bons preços recentes – de até R$ 500,00 a tonelada da raiz – os produtores optaram pela colheita de parte da mandioca de apenas um ciclo (um ano), quando tradicionalmente parte considerável é de dois ciclos (dois anos).
Se houver antecipação, poderá faltar matéria-prima para o próximo ano. Debarba adverte que são apenas indicativos, o que pode se confirmar ou não em dezembro, quando será feita uma projeção com base nos números concretos.
Como analisa, a estiagem também reflete no volume de colheita, já que a terra muito compactada provoca a quebra da raiz, ou seja, perda de produtividade. Isso também pode inibir novas colheitas, interferindo no número final do ano.
PECUÁRIA – Por fim, a pastagem também vem sofrendo muito por causa da estiagem prolongada. Com a falta de pasto, o gado pode sofrer atraso na engorda.
O preço tem se mantido nas últimas semanas, depois de elevações no mês de agosto. Um dos fatores a considerar é que o consumo não está em alta e as coisas acabam se equilibrando (oferta e procura).
Ainda assim, é preciso chuva e em bom volume para regularizar a situação no campo. O final do ano é geralmente marcado por retomada do consumo.     Essas culturas são, em princípio, as mais afetadas. Porém, há situações ainda em verificação com relação ao cultivo de laranja e café. Ambas podem apresentar perdas, a serem medidas posteriormente.

CALOR SEM CHUVA

Setembro teve índice praticamente zero de chuva em Paranavaí, contra uma média histórica na faixa de 150 milímetros. Agosto igualmente ficou abaixo do previsto.
Aliado ao baixo volume de chuva, o forte calor tem sido marcante, com temperaturas recordes na reta final do Inverno. Em setembro, os termômetros chegaram a marcar 38,9, a maior desde 2004 para o período do ano. Também a umidade se manteve baixa, com o menor índice verificado na última quinta-feira, 24,3%.
O Simepar prevê chuva para a região de Paranavaí a partir de sexta-feira.