Suspeito confessa ter dado o tiro em arquiteto

O rapaz de 24 anos, um dos três presos anteontem acusados de latrocínio (roubo com resultado de morte), confessou ter dado o tiro que matou o arquiteto Fábio Tranin, 53 anos, crime ocorrido dia 29 de agosto em Paranavaí.
Ele tenta negar a tentativa de assalto, mas não consegue dar uma versão sustentável para o crime que seja diferente de roubo comum.
Portanto, para a Polícia trata-se apenas de tentativa de se livrar de um crime maior, caracterizado quando se mata alguém para subtrair algo, patrimônio da vítima. O delegado Vagner dos Santos Malaquias reforça que há vários indicativos de que se trata de um roubo.
No depoimento, o suspeito se atrapalha ao mencionar que foi ao endereço com uma pessoa que não conhece e que, inclusive, teria pago para essa pessoa ajudá-lo.
Mais adiante, na tentativa de fechar a história, se recusa a mencionar motivos e nega que conhecia a vítima. Se não conhecia, logo não existe motivação além de roubo. “As alegações dele esbarram em várias contradições e incoerências”, resume Malaquias.
Outro ponto importante para fechar os detalhes desse crime é localizar a arma. O delegado confirma a apreensão de um revólver, devidamente registrado, pertencente a um dos três envolvidos. Essa arma será periciada para saber se foi dela que saiu o projétil fatal.  
OS OUTROS – Além desse depoimento, a Polícia tem as declarações de outro envolvido, um rapaz que disse ter ido apenas para dar fuga aos dois assaltantes. Esse jovem diz que sabia que a dupla faria um assalto, mas não sabia em qual endereço e nem quem era os moradores. Ele foi preso e o carro usado na fuga acabou apreendido.
Outro suspeito, que teria entrado na casa com o atirador, se apresentou à Polícia na tarde de anteontem. No entanto, se negou a dar qualquer declaração, utilizando-se do direito de falar apenas em juízo.
A prisão temporária dos três é de 30 dias, conforme mandado expedido pelo Poder Judiciário. De acordo com o delegado-chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Luiz Carlos Mânica, o objetivo da Polícia é concluir o inquérito neste prazo e pedir a prisão preventiva dos acusados. Ele reitera que tem os indícios necessários para comprovar a autoria e a participação de cada detido.
O CRIME – O arquiteto Fábio Tranin foi assassinado com um único tiro na casa onde morava com a mãe. Na manhã do crime, dia 29 de agosto, dois homens aproveitaram que o portão estava aberto por conta de uma reforma no imóvel.
Passando-se por jardineiros, entraram no quintal e renderam inicialmente os três pedreiros que trabalhavam na obra. Depois, levou todos da casa para um cômodo dos fundos.
Neste momento, Fábio teria percebido a movimentação e tentou fechar uma porta da cozinha. No mesmo momento, houve o disparo, com a bala acertando a cabeça da vítima.
Tranin morreu antes de receber cuidados médicos. Os invasores fugiram sem levar nada. Imagem do circuito de segurança mostra os homens correndo. Na fuga, acabam tombando a motocicleta, deixando também a arma cair no chão. A moto foi abandonada pouco depois numa rua da Vila City.
Foi o ponto de partida para desvendar o crime. Como destacaram Mânica e o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, major Ademar Carlos Paschoal, trata-se de um cuidadoso trabalho de investigação, fazendo diversas buscas e averiguações. Apenas nas primeiras horas após o assassinato foram detidas seis pessoas, liberadas por não terem relação com o crime.   
A vítima era de família tradicional e conhecida regionalmente. Sua morte causou comoção, inclusive com uma passeata em Paranavaí no dia 04 de setembro. Foi um pedido de paz, diante de tanta violência na cidade.