Vigilância em Saúde faz alerta sobre importância da coleta seletiva

“Todos os municípios devem ter serviços de manejo de resíduos. Sem a coleta seletiva, o combate à dengue fica comprometido”. A declaração do chefe regional de Vigilância em Saúde, Walter Sordi Junior, é um chamado às prefeituras do Noroeste do Paraná que ainda não implantaram o sistema de separação e reciclagem de lixo.
Sem a coleta seletiva, a maior parte dos resíduos sólidos que poderiam ser reaproveitados é descartada de maneira irregular. Assim, surgem os criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor de dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Por isso, na opinião de Sordi Junior, é preciso investir nesse serviço.
Ele apontou algumas implicações que a falta da coleta seletiva pode provocar. Além das questões relacionadas à saúde, enfatizou que o descarte incorreto de resíduos tem reflexos negativos na natureza. Isso compromete a qualidade de vida dos moradores.
O chefe regional de Vigilância em Saúde também chamou a atenção para a importância dos aterros sanitários. Disse, ainda, que as administrações municipais precisam intensificar os trabalhos de limpeza de terrenos baldios e fundos de vale. “Este é o momento de retirar todos os tipos possíveis de depósitos”, destacou.
Cabe também aos gestores municipais investir na manutenção de galerias de captação de água, praças, ruas, avenidas e todos os tipos de espaços públicos.
POPULAÇÃO – O combate à dengue é de responsabilidade de todos. Se as prefeituras têm uma série de ações para desenvolver, cabe à população fazer a própria parte. “Cada cidadão precisa ter essa percepção”, disse Sordi Junior. É necessário manter os imóveis sempre limpos e descartar o lixo de maneira correta.
E se as orientações aos moradores não surtem os efeitos desejados, a saída é investir em medidas punitivas mais severas. O chefe regional de Vigilância em Saúde defendeu a aplicação de multas mais pesadas e a participação do Ministério Público na repreensão de quem não toma os cuidados necessários para evitar a proliferação do Aedes aegypti.
NÚMEROS – Até a última quinta-feira (17), o Noroeste do Paraná contabilizava 54 casos positivos de dengue. Foram registrados 822 pacientes com sintomas da doença, sendo que 761 tiveram resultados de exames negativos e sete ainda estão em fase de análise laboratorial.
As duas últimas confirmações de casos de dengue foram em Tamboara, na primeira quinzena de agosto. Antes disso, Paranavaí também havia registrado um paciente com a doença. Isso significa que existe circulação do vírus em municípios da região.
Em relação aos índices de infestação, a maioria dos municípios da região teve números abaixo do que é considerado tolerável pelo Ministério da Saúde, que é 1%. O levantamento mais recente, feito no terceiro bimestre, mostrou que somente Paraíso do Norte, Planaltina do Paraná e São Carlos do Ivaí ultrapassaram essa marca.
Embora a situação pareça controlada, é preciso considerar que o Noroeste do Paraná passou por um longo período de estiagem. De acordo com Sordi Junior, esse fator climático contribuiu para reduzir a quantidade de focos de larvas do Aedes aegypti. Com a volta da chuva, esses depósitos podem reaparecer.