Diretor do ACP fala em possibilidade de renúncia para outro grupo assumir

Segue sem perspectivas de solução a crise financeira enfrentada pelo Atlético Clube Paranavaí (ACP). O pagamento do salário está atrasado em até seis meses, em algumas situações.
Em entrevista ao Diário do Noroeste, ontem, Francisco Carneiro dos Santos Soares, vice-presidente do Conselho Deliberativo e que hoje responde pela diretoria executiva, falou até na possibilidade de renúncia dos diretores para um grupo de empresários assumir o comando do Vermelhinho.
Ele deu a declaração ao ser perguntado se havia mesmo um grupo de pessoas interessado em assumir a direção do clube. “Sabemos que andaram se reunindo, com a gente ninguém veio falar”.
Francisco Soares disse que soube por um funcionário da intenção de três pessoas em assumir o clube. “Antes era por causa do André (Astorga), agora é por causa de mim e da Leila (presidente do Conselho). Se for o caso, nós colocamos nosso cargo à disposição, o importante é que venham e acertem essa situação triste”.
O dirigente diz que assumiu o cargo para evitar o fechamento das portas do clube. E lembra que por falta de opções, firmou a parceria com o empresário André Astorga.
“Foi formado um grupo gestor. Depois apareceu o André, e no primeiro mês parecia Papai Noel, pagando tudo. Mas não vamos negar, se ele não aparecesse o ACP não disputaria o Paranaense deste ano. Tinha uma dívida de R$ 10 mil e não tínhamos dinheiro”.
FIM DA PARCERIA – Pelo lado do Atlético de Paranavaí a parceria está encerrada, afirmou Francisco Carneiro dos Santos Soares, lembrando uma cláusula no contrato prevendo o cancelamento do acordo no caso de haver atraso no pagamento do salário em até três meses.
“Isso é motivo de quebra de parceria, e ele tratou do assunto nove vezes. Demos chances. Não somos donos da verdade, a notificação já foi para o Fórum, mas se ele chegar e trouxer dinheiro para pagar os salários dos funcionários, nós vamos sentar e conversar”.
Através da mídia social, representantes do investigador André Astorga afirmam não reconhecer a quebra de contrato. “Se eles trouxerem dinheiro hoje a gente senta e conversa, mas desde que paguem os funcionários, atletas e o Maurício (diretor de Futebol) que enfiou R$ 25 mil no clube com promessa de receber do André. Já está em 30 mil, e ele não tem de onde tirar mais dinheiro”, frisou o dirigente atleticano.
Na segunda-feira os funcionários devem entrar com uma ação coletiva contra o investidor, afirmou Francisco Soares, para quem se não houver ajuda “da cidade e dos empresários” é possível prejudicar a participação dos times Sub-19 e Sub-23 no Campeonato Paranaense, em andamento.
“Até o momento não prejudicou, mas pode vir a prejudicar se o povo e os empresários de Paranavaí não ajudarem. Está ficando cada vez mais difícil”, disse Francisco Soares.
PROMOÇÃO – No próximo domingo, o time Sub-23 joga em casa contra o FC Cascavel pelo Campeonato Paranaense, às 11h00. A diretoria chama o torcedor a comparecer e colaborar para pagar a despesa do jogo.
O ingresso custará R$ 10,00 (preço único) e já está à venda em alguns locais da cidade, como na Rádio Cultura, Padaria Pão de Mel, Nino Pesca e no Estádio Waldemiro Wagner.
“Pedimos aos empresários que comprem os ingressos e doem a seus funcionários ou aos torcedores que gostam do ACP”, afirmou Francisco Carneiro dos Santos Soares.