Reajuste do gás de cozinha já chegou em parte das revendas

O reajuste do gás de cozinha (botijão de 13 quilos), anunciado no final de semana pela Petrobras às distribuidoras, já chegou em parte das revendas do produto em Paranavaí.
Ontem o preço nas empresas ouvidas pelo Diário do Noroeste, variava de R$ 65,00 a R$ 72,00. O aumento para as distribuidoras é de 6,9%.
Este é o terceiro reajuste do ano. Em junho o aumento pegou o setor de revenda de surpresa e marcou o início da nova política de atualização da estatal. Na época o botijão de gás subiu, em média, R$ 3,00.
O preço praticado nas revendas depende de alguns fatores, dentre eles, a reposição do estoque. O empresário Paulo Agostinho informa que manteve o preço até ontem. No entanto, só poderá ter uma definição com a chegada de nova carga, prevista para hoje.
Ele também tem dúvidas em relação ao repasse do aumento por parte da distribuidora. É deste cálculo que depende a formação do seu preço. Antecipa que está difícil repassar a majoração para os clientes.  Por isso, é provável que deva absorver pelo menos parte do reajuste.
O resultado dos sucessivos aumentos e até concorrência com a informalidade é que as empresas terão mais dificuldades para se manter. Agostinho adverte que já há fechamento de revendas e não descarta que outras tenham o mesmo caminho.
O empresário Everaldo Tatinha Avelar confirma a dificuldade de repassar os reajustes para o cliente. Cita que a venda é sempre uma negociação com o consumidor. Distância para a entrega, por exemplo, é um dos quesitos que podem influenciar no preço final.
Com tantos aumentos, o desafio é manter a viabilidade do reajuste. O empreendedor diz que é preciso criatividade, o que inclui cuidados na gestão das finanças. A empresa tem cerca de 15 funcionários e passou por uma adequação do quadro.
Somando as duas oportunidades, o empresário João Fábio Goulart acumula quase duas décadas no ramo. Ele lamenta a série de aumentos e critica o “custo Brasil”, que tem aumentado constantemente por conta de alguns fatores, dentre eles, a corrupção, opina.  
Por enquanto o comerciante conseguiu manter o preço, no entanto, depende do que a distribuidora apresentar a partir da entrega dos novos pedidos nesta semana. De antemão, analisa que não será possível repassar o reajuste de forma integral.
NOVOS AUMENTOS – O reajuste da última sexta-feira não será o último do ano. Uma das razões é que setembro é data-base dos funcionários das revendas de gás, quando os salários são reajustados,
Historicamente o aumento do salário repercute na formação do custo final do produto disponibilizado para o consumidor. Outra razão para prováveis aumentos é que a oscilação se dá de acordo com cotações internacionais, ou seja, variação do dólar.

DIVULGAÇÃO

A Petrobras divulgou o aumento do preço do gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado pelas distribuidoras em botijões de até 13 quilos (GLP P-13), na última sexta-feira. O reajuste do gás de cozinha para as distribuidoras entrou em vigor sábado.
Conforme a estatal, o aumento acompanha a política de preços divulgada no dia 7 de junho deste ano. O ajuste anunciado foi aplicado sobre os preços praticados sem incidência de tributos.
De acordo com a companhia, se os repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores forem levados, integralmente, aos preços ao consumidor, o preço do botijão de GLP P-13 pode ser reajustado, em média, em 2,2% ou cerca de R$ 1,29.
O valor vai depender da manutenção das margens de distribuição e de revenda e das alíquotas de tributos. O último reajuste ocorreu em 5 de julho deste ano. O aumento do GLP não se aplica ao produto destinado a uso industrial ou comercial.