Lorenzetti afirma que enfrentava “certa oposição interna” no PMDB

Ex-prefeito de Paranavaí por duas gestões (2009/2016), Rogério Lorenzetti confirmou ontem a desfiliação do PMDB, partido onde estava desde 10 de setembro de 2003. Ele fez o anúncio em uma entrevista coletiva no Hotel Elite.
Lorenzetti justifica a decisão pela situação nacional do partido, cujos líderes estão envolvidos em uma série de denúncias de corrupção. Pré-candidato a deputado federal em 2018, o ex-prefeito espera definir a nova legenda até setembro.
Embora o ex-prefeito Rogério Lorenzetti, em sua carta de desfiliação à Comissão Provisória Municipal tenha tirado o foco, sabe-se que o cenário do partido em Paranavaí também teve peso na sua decisão.
Lorenzetti citou a forma independente de atuação que teve no PMDB e que enfrentava “certa oposição interna”, o que não o impediu de vencer as convenções. Ainda assim, crava que a situação local não foi decisiva para a sua posição.
Na mesma direção, o ex-prefeito promete não interferir para uma debandada peemedebista. Avalia que algumas pessoas o acompanharão, mas não por recomendação. “É natural”, salienta, lembrando que também pessoas o acompanharam quando do ingresso ao PMDB, oriundo do PFL, atual Democratas.
ELEIÇÕES 2018 – Está em debate na Câmara dos Deputados a possível mudança do sistema proporcional para o chamado “Distritão”, ou seja, eleição dos mais votados por cada estado.
Lorenzetti vê com bons olhos este formato e justifica que nas eleições de 2002 não se elegeu deputado estadual, embora tenha sido o 40º mais votado.
A Assembleia Legislativa tem 54 vagas, distribuídas no sistema proporcional entre os partidos. Na ocasião ficou na segunda suplência com 35.700 votos.
Sobre concorrências que pode enfrentar na cidade, o ex-prefeito não vê problema. Lembra que Teruo Kato foi eleito deputado estadual, embora com concorrência interna no PMDB em 2006.
Portanto, o fato de que o PMDB ter outro postulante a federal em Paranavaí, não influenciou. O empresário Valdemar Delatorre se apresenta como pré-candidato peemedebista a deputado federal.
Não significa que o ex-prefeito não tenha preocupações com o número de postulantes. Ele concorda que o ideal é que haja poucos candidatos.
COMPOSIÇÕES – Ainda na questão das composições, admite fazer as chamadas dobradinhas com qualquer liderança que pleiteie a vaga de deputado estadual. “Não existe qualquer restrição”, sintetiza.
O líder político estende a possibilidade de compor com candidatos de outras cidades da região. Adverte que não é possível eleger um representante exclusivamente com os votos de Paranavaí e, daí, a busca por dobradas inclusive em outras cidades.
O futuro partidário passará por uma análise sobre o conteúdo programático/ideológico da sigla, além do espaço que poderá proporcionar no pleito de 2018. Há mais de um convite, garante.
Questionado sobre a dificuldade que terá para encontrar um partido descolado da corrupção, justifica que é preciso separar os casos pontuais do geral. Cita que os partidos são feitos de pessoas e que há gente honesta em todas as siglas. Na mesma medida, pode haver corruptos.
Pontualmente, foi instigado sobre o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, com quem sua gestão manteve parcerias que significaram eventuais liberações de verbas para Paranavaí. Explica que ele foi importante naquele momento e que até então não havia sido externado qualquer episódio que o relacionasse com atos de corrupção.