Combate à dengue: sensibilizar a população é a maior dificuldade

Enfermeira da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Silmara Aparecida Ferreira de Carvalho esteve ontem em Paranavaí, para falar sobre arboviroses, que são doenças transmitidas por insetos e aracnídeos. Na ocasião, disse que a maior dificuldade no combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, é sensibilizar a população.
Silmara afirmou que o principal problema na disseminação dessas doenças está no âmbito domiciliar. Segundo ela, os moradores ainda não se conscientizaram sobre a necessidade de manter quintais limpos e, assim, evitar a proliferação do Aedes aegypti, que também transmite zika, chikungunya e febre amarela.
A enfermeira esteve acompanhada pelo médico Enéas Cordeiro de Souza Filho, também da Sesa. Ele enfatizou que é papel de todos os cidadãos manter cuidados básicos e eliminar água parada em qualquer tipo de objeto. “Sem criadouros, não tem mosquito e não tem doença”.
O médico afirmou que o descaso da população em relação ao combate ao Aedes aegypti não é resultado da falta de conhecimento. “Falamos disso o tempo todo, as pessoas sabem o que fazer. O que falta é mudança de comportamento”.
Souza Filho explicou que as arboviroses são cíclicas, havendo períodos de maior incidência e outros com menos casos. Atualmente, o Brasil passa por momento de relativa tranquilidade, o que não significa que os cuidados devem diminuir. “As pessoas costumam relaxar e abrem a guarda”, disse o médico da Secretaria de Estado da Saúde.
Por isso, profissionais de toda a região Noroeste participaram da oficina “Características clínicas das arboviroses de relevância no Paraná”. A capacitação foi ministrada pelos dois representantes da Sesa, com o objetivo de apresentar ferramentas para a organização das redes municipais de saúde.
Durante o evento, falaram sobre as diferenças clínicas das arboviroses mais comuns no estado: dengue, zika e chikungunya, além da febre amarela. Apresentaram instruções a respeito de fluxos de atendimento, equipamentos para tratamentos e planos de contingência em situações de epidemia.