Geremias Steinmetz: “Saio levando alegria. Orgulhoso por ser bispo de Paranavaí”
“Saio levando alegria. Orgulhoso por ser bispo de Paranavaí”. A frase em tom de despedida é de dom Geremias Steinmetz, que deixará o Noroeste do Paraná para assumir a Arquidiocese de Londrina. A mudança foi anunciada pelo Vaticano no dia 14 de junho. A posse está prevista para 12 de agosto.
Na última quinta-feira (13), ele recebeu a equipe do Diário do Noroeste, para uma conversa sobre os seis anos em que esteve à frente da Diocese de Paranavaí. Também falou das expectativas que tem em relação à missão que terá pela frente.
As diferenças entre as duas comunidades são grandes. Enquanto a Diocese de Paranavaí contabiliza 25 municípios, 250 mil habitantes, 42 padres e 34 paróquias, a Arquidiocese de Londrina tem 16 municípios, quase 1 milhão de moradores, 150 padres e 89 paróquias. “Vou ter que aprender a gerenciar essa estrutura maior”.
Steinmetz disse que, apesar do grande desafio, sente-se pronto para a nova etapa. “Fui sendo preparado na fé e sociologicamente. A vida, os compromissos, o meu modo de trabalhar… Tudo isso me trouxe até aqui. Aceitei Londrina, porque sei que vou chegar trabalhando”.
Aliás, trabalhar pela Igreja foi a motivação de Geremias Steinmetz para chegar ao sacerdócio. Essa também foi a inspiração para chegar ao episcopado. “A vida do bispo é cheia de trabalho. A vida da Igreja é complexa. Sempre temos muito a ensinar e a aprender. Somente com seriedade conseguimos fazer tudo corretamente”.
Significa seguir as doutrinas, lutar pela dignidade humana, defender a vida. E tudo é possível porque existem trocas na relação com a sociedade. “A Igreja aprende com o mundo e o mundo aprende com a Igreja. Estamos abertos para isso”.
A proximidade com o mundo é essencial. Primeiro porque a Igreja pode incorporar instrumentos tecnológicos que facilitam a organização e o avanço dentro da comunidade católica. Questões científicas também são importantes para a renovação, assim como a interação da fé com a ciência.
NA COMUNIDADE – A visão ampla sobre sociedade e a preocupação com o bem-estar das pessoas levaram o bispo de Paranavaí a um contato mais próximo com os fiéis. Envolveu-se com movimentos sociais, grupos populares, entidades classistas. Manteve contato com lideranças comunitárias e agentes políticos. Foi atuante.
De maneira incisiva, Steinmetz se engajou na busca pelo desenvolvimento do Noroeste do Paraná. “Quando cheguei aqui, percebi uma desunião grande, principalmente entre os políticos. Falava-se muito em Paranavaí e pouco nos outros municípios. Não conversavam sobre os problemas”.
O bispo, que vinha de uma região onde a comunidade se organizava para promover crescimento econômico, melhorias na infraestrutura e representatividade política, atuou em prol da união. “Sempre falei sobre isso. Tentei incentivar. E a sociedade civil está se unindo, falando de projetos”.
Ele relembrou das inúmeras reuniões para tratar sobre a necessidade de uma unidade de tratamento oncológico em Paranavaí, a implantação dos cursos de Direito e Medicina, a duplicação da BR-376 e uma série de outros temas pertinentes para toda a região.
AVANÇOS – Além do trabalho junto à comunidade, dom Geremias Steinmetz citou outras conquistas que considera importantes para a Diocese de Paranavaí. Implantação de novas metodologias para formar catequistas e ministros nas paróquias, ampliação do trabalho vocacional, instalação do Tribunal Eclesiástico e do Seminário de Filosofia, só para mencionar alguns tópicos.
Mas não deu tempo de fazer tudo o que o bispo pretendia. Não foi possível, por exemplo, iniciar a construção do Centro Diocesano de Formação e incrementar e melhorar a formação permanente do clero.
LONDRINA – A posse na Arquidiocese de Londrina está prevista para 12 de agosto. A partir daí, Steinmetz quer reproduzir a atuação que teve nos municípios do Noroeste do Paraná. “Estar presente no meio do povo, ter bom envolvimento com os padres, aproximar o laicato da Igreja, estar próximo de catequistas, ministros e diáconos. Vou tentar continuar nesse ritmo, sabendo das diferenças entre as duas comunidades”.