Resolução estadual impõe novas regras para a venda de carnes
Uma resolução da Secretaria de Estado da Saúde determina a presença de um médico veterinário em açougues. O objetivo é que o profissional atue como responsável técnico e ateste a sanidade dos produtos comercializados no estabelecimento.
O texto altera as normas de inspeção, armazenamento e temperamento das carnes, apresentando exigências que devem ser cumpridas por todos os açougues, inclusive aqueles instalados dentro de supermercados.
A decisão pegou de surpresa a empresária Rita de Cássia Marciano Harada, de Paranavaí. “É novidade para todos”. Na opinião dela, os procedimentos e as certificações requeridos atualmente são suficientes para garantir a qualidade dos produtos.
Rita de Cássia destacou que são feitas vistorias periodicamente pela equipe municipal da Vigilância em Saúde. Disse, também, que as carnes entregues pelos frigoríficos são inspecionadas por profissionais da área.
A mudança prevista pela resolução acarretará novos gastos para os empresários. “É inviável. Teremos mais um custo”, argumentou Rita de Cássia, afirmando que existe a possibilidade de dispensar um dos funcionários atuais, para conseguir pagar pela atuação do médico veterinário.
Proprietário de outro açougue de Paranavaí, Ricardo Romano Silva demonstrou mais otimismo em relação à exigência. “Vai ser uma despesa a mais, mas vai ser bom”. Ter um profissional responsável pela inspeção resultará em mais confiança por parte dos clientes.
O estabelecimento de Jair Dalolio já conta com a atuação de um veterinário. Na avaliação do empresário, isso confere mais credibilidade junto aos consumidores. “Tudo é inspecionado e feito dentro dos padrões”.
Dalolio explicou que os trabalhos do médico veterinário incluem acompanhar o descarregamento das carnes entregues no açougue. O profissional também está presente durante os processos de fabricação de linguiças, por exemplo.
Outra preocupação dos empresários é com as determinações sobre o espaço onde as carnes serão manipuladas, para desossa, separação dos cortes e temperamento. Há regras para as instalações e para o resfriamento.
Por isso, em muitos açougues de Paranavaí será necessário fazer investimentos, no sentido de adequar o estabelecimento às exigências. Alguns empresários já estão buscando orientações para dar início às obras.
É o caso de Rita de Cássia. A proprietária de um açougue da cidade entrou em contato com autoridades em vigilância sanitária, para saber de que maneira o novo espaço deverá ser construído e quais são as normas previstas na legislação.
Ricardo Romano Silva também está pensando nas melhores formas de fazer as mudanças estruturais exigidas pela lei. O mesmo ocorre com Jair Dalolio, que estuda as possibilidades, considerando o espaço de que o imóvel dispõe.
ESCLARECIMENTO – Recentemente, a equipe da Vigilância em Saúde de Paranavaí organizou uma reunião com empresários do setor. O objetivo foi conversar sobre a resolução estadual e fazer esclarecimentos sobre a legislação.
Além de tratar sobre as mudanças anunciadas pela Secretaria de Estado da Saúde, o encontro serviu para abordar as determinações feitas em nível municipal.
De acordo com material divulgado pela Secretaria de Comunicação Social, em Paranavaí “já existe uma lei para o serviço de inspeção, mas ainda não está regulamentada”. Somente quando esse trâmite for concluído será possível iniciar a fiscalização.
Ainda segundo informações da Administração Municipal, a maioria dos açougues de Paranavaí não conta com a presença de um médico veterinário. Atualmente, são mais de 80 estabelecimentos, incluindo os que funcionam dentro de mercados.