Adapar fecha levantamento de vacinação do rebanho
A Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar) deve fechar hoje os índices alcançados na vacinação do rebanho bovino contra a febre aftosa na região Noroeste. A campanha foi desenvolvida durante o mês de maio.
A previsão é do supervisor regional da Adapar, Carlos Costa Júnior, que espera fechar os dados até a tarde. Antecipa que vai ficar bem acima dos 90% da meta inicial de vacinar 470 mil cabeças com idade até 24 meses. O rebanho total do Extremo-Noroeste é de quase um milhão de cabeças.
Quem ainda não comprovou poderá fazer nas unidades veterinárias locais, mas deve ter uma justificativa para o atraso, já que o prazo acabou anteontem. Importante salientar que perante a legislação já está configurado o descumprimento, ou seja, está passível de multa.
Quem não vacinou, a imunização será feita mediante acompanhamento de técnicos da Adapar. Também quem perdeu o prazo está sujeito a multa de pouco mais de R$ 95,00 por cabeça (correção diária). Para rebanhos de até 10 cabeças a multa fixa supera a R$ 950,00.
A pecuária é um importante item da pauta econômica do Paraná. O Estado possui 9,54 milhões de cabeças (incluindo búfalos). Trabalha para se tornar área livre de aftosa, status que garantiria novos mercados e melhores preços para a carne paranaense.
ÁREA LIVRE – Recentemente em visita ao Diário do Noroeste, o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, defendeu que o Estado atinja tal status já a partir de maio de 2018.
Para cumprir o objetivo de área livre de aftosa, o Paraná tem questões para resolver com o Mato Grosso do Sul. O caminho mais rápido é a implantação de barreiras sanitárias, impedindo o trânsito de animais vindo daquela unidade da federação, citou, advertindo que se trata de uma medida radical.
Portanto, há que se ponderar o componente político, o que exige um entendimento através do diálogo. Criadores do Paraná trazem animais do estado vizinho para engordar no Paraná. Isso acrescenta o fator econômico ao debate.
Para que o Paraná seja declarado livre sem vacina, deve deixar de imunizar o rebanho já em maio de 2017. Essa suspensão significará muitas vantagens, analisa Ortigara. Uma delas é a economia imediata de R$ 30 milhões em doses de vacina. Outro quesito é que o animal deixará de sofrer com os “calombos” provocados pela vacina.
PREÇO DO BOI – O preço da arroba do boi continua em baixa. Ontem a cotação indicava R$ 135,00 a arroba do boi em pé e de R$ 125,00 para a arroba de vaca. No dia 13 de maio a arroba do boi gordo estava cotada a R$ 140,00. Antes disso, teve pico de R$ 158,00.
A queda se dá por alguns motivos. Um deles é a Operação Carne Fraca, desencadeada em março e que apontou irregularidades em alguns frigoríficos. Isso reduziu as exportações e, por consequência, aumentou a oferta interna.
Outro problema é a própria crise econômica, com elevação das taxas de desemprego e menos dinheiro no mercado. Menor poder aquisitivo resulta em redução de consumo e, por consequência, maior oferta.