Ameaça aos direitos dos trabalhadores “merece imediato repúdio”, diz bispo

Integrante do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geremias Steinmetz se posicionou contra a Reforma da Previdência. Em áudio divulgado nas redes sociais, ele destaca que qualquer ameaça aos direitos dos trabalhadores “merece imediato repúdio”.
A mensagem é dirigida a toda a comunidade de Paranavaí, mas tem um apelo direcionado aos movimentos populares. É que, na avaliação do bispo diocesano, a Reforma da Previdência tem caráter exclusivo e não de inclusão social, como prevê a Constituição Federal.
Steinmetz destacou que “o sistema previdenciário é criado para promover a proteção de pessoas expostas à vulnerabilidade social”. No entanto, as mudanças buscam solucionar o problema “excluindo da seguridade quem tem direito aos benefícios”.
O bispo diocesano de Paranavaí lembrou que se trata de um direito social de brasileiros e brasileiras e não uma concessão governamental. “Foram conquistados com intensa participação democrática” e precisam ser preservados, argumentou.
Ele defendeu uma reavaliação do sistema previdenciário, ressaltando que há muitas falhas. Exemplificou: “Alguns atingem facilmente o teto máximo da Previdência Social ou têm várias aposentadorias”, tendo mais direitos garantidos do que “os pobres, aqueles que dependerão com mais certeza do ganho para a sobrevivência”.
Steinmetz disse, ainda, que há discordância entre números apresentados pelo Governo Federal e por entidades ligadas à própria estrutura governamental. “É preciso que haja diálogo, para que se tenham números reais, para pensar com justiça”.
FORO PRIVILEGIADO – De acordo com o bispo, a CNBB também se posicionou contra o foro privilegiado para políticos. “É fonte de corrupção e injustiça”. Segundo ele, mais de 37 mil pessoas no Brasil têm o privilégio, o que “não está certo”.
O foro privilegiado é garantido para pessoas que ocupam determinados cargos – presidente e ministros, por exemplo. Nesses casos, os processos não são analisados pelo sistema judiciário comum, mas pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Congresso Nacional.
Significa que, em muitos casos, políticos são julgados por outros políticos, o que favorece acordos e dificulta as tomadas de decisões imparciais.

Paralisação de trabalhadores em Paranavaí
Na próxima sexta-feira (28), trabalhadores de todo o Brasil promoverão uma paralisação geral. O objetivo é protestar contra as reformas previdenciária e trabalhista propostas pelo governo de Michel Temer.
Em Paranavaí, duas categorias já anunciaram adesão à paralisação: bancários e educadores. As entidades sindicais que representam as duas classes afirmaram que os manifestantes se reunirão na região central da cidade, para realizar os protestos.

Agências bancárias: quatro dias paradas
As agências bancárias permanecerão fechadas por quatro dias consecutivos: de sexta a segunda-feira.
Na sexta-feira (28), o fechamento será motivado pelos protestos contra a Reforma da Previdência – o sindicato que representa os bancários já anunciou a paralisação.
No final de semana, mais dois dias sem atendimentos aos clientes. Na segunda-feira (1º de maio), comemora-se o Dia do Trabalhador, portanto, feriado nacional.
Os estabelecimentos bancários voltarão a abrir normalmente na terça-feira (2). Por isso, o coordenador do Procon de Paranavaí, Carlos Eduardo Balliana fez algumas orientações para os consumidores.
As contas com vencimento no feriado nacional poderão ser quitadas no dia seguinte, como já é feito normalmente quando há feriados marcados no calendário.
No entanto, no caso dos pagamentos previstos para o dia da paralisação geral, Balliana sugeriu que os consumidores façam uma programação e se adiantem, “para evitar multas e juros”.
Vale destacar que apesar de não haver atendimento aos clientes nos quatro dias, os caixas eletrônicos funcionarão normalmente, ou seja, os consumidores poderão optar pelo autoatendimento.