Lei da Integração vai garantir transparência nas relações entre produtores e indústrias

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, esteve ontem em Paranavaí e se reuniu a produtores rurais de toda a região. Um dos assuntos discutidos durante o evento foi a Lei da Integração, que estabelece parâmetros para as relações com o setor industrial. 
Ele afirmou que a legislação pretende melhorar as negociações entre produtores e indústrias, dando mais transparência e garantindo “uma visão mais clara dos custos, do preço final e do percentual pago aos produtores”. Meneguette continuou: “A lei organiza o setor produtivo”.
Médica veterinária e técnica da Faep, Ariana Weiss Sera explicou que a Lei da Integração foi sancionada em maio de 2016. Agora, está em fase de regulamentação. De acordo com o texto, é necessário que cada unidade industrial tenha uma Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec).
As comissões devem ser implantadas o mais rapidamente possível, disse Ariana. Dentro delas serão decididos, por exemplo, os índices de cobrança, os valores de referência e a remuneração dos produtores.  “As Cadecs também são importantes para promover a sustentabilidade da cadeia produtiva”, enfatizou Ariana.
AGRICULTURA – O presidente da Faep avaliou o desempenho da agricultura paranaense. Disse que a expectativa para o período de 2017 e 2018 é que a colheita no estado represente mais de 20% do total previsto para todo o Brasil. O desempenho mostra a solidez do setor.
Meneguette se referiu à agricultura como fator de equilíbrio para a economia do país, diante do cenário de recessão. Nos últimos dois anos, foi responsável pelo equivalente a 7% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas em território nacional.
Nesse sentido, as atividades rurais representam sustentação. Por isso, a aposta é que a safra 2017-18  garanta bons resultados. Para se ter uma ideia, o Governo do Estado registrou queda de 10% na arrecadação de impostos em janeiro deste ano. “Vamos torcer para que ative a economia e gere empregos”, disse o presidente da Faep.
AMBIENTAL – Meneguette afirmou que a Faep lidera um projeto para investimentos em pesquisas e novas tecnologias que garantam conservação do solo e preservação dos recursos hídricos. A intenção é envolver fundações e entidades que atuem nessas áreas e tenham condições de modernizar as práticas na área rural.
A previsão inicial é que nos próximos cinco anos sejam investidos aproximadamente R$ 12 milhões. “Os maquinários avançaram e estão mais modernos. As questões ambientais e de preservação do solo precisam acompanhar essas mudanças”, argumentou Meneguette.