Documentos referentes à eleição do Sindoscom serão analisados pela Justiça
O cumprimento do mandado de busca e apreensão na sede do Sindicato dos Empregados no Comércio de Paranavaí (Sindoscom) se estendeu das 18 horas de quinta-feira (9) até às 3 horas de ontem (10).
A ação faz parte do processo que investiga a acusação de fraude no resultado da eleição para a presidência da entidade.
Durante as nove horas de procura por documentos, os oficiais de Justiça não conseguiram localizar as cédulas assinaladas pelos comerciários que participaram do processo de votação. Encontraram, apenas, um lote de cédulas em branco.
A busca também revelou papéis referentes à eleição, por exemplo, folhas de qualificação e identificação dos eleitores, designação de mesários, instalação e encerramento das urnas e convites para associados.
Apenas três urnas foram utilizadas no dia de votação, mas seis unidades foram encontradas na sede do Sindoscom.
No relato que fez sobre a ação, o oficial de Justiça Ulisses Queiroz Felix destacou que todas as salas foram verificadas, incluindo computadores, armários e gavetas. Na sala de arquivos, foram identificadas cédulas de eleições anteriores, de 2009 e 2013.
Queiroz informou, ainda, que tentou entrar em contato com a presidente do Sindoscom, Elizabete Madrona, e com a vice-presidente, Leila Vanda Aguiar – eleita para estar à frente da entidade sindical pelos próximos quatro anos. No entanto, elas não atenderam os telefonemas.
ACUSAÇÃO – O candidato de oposição, Marcelo Aparecido Fim, foi derrotado por 58 votos a 53. Mas não aceitou o resultado da eleição: disse que houve fraude em pelo menos 25 cédulas – votos nulos contabilizados da urna dois.
De acordo com Fim, as duas opções (Chapa 1 e Chapa 2) foram assinaladas nessas urnas. O que considerou suspeito foi haver marcações com tintas de caneta de cores diferentes.
A desconfiança de adulteração aumentou quando soube que um dos mesários responsáveis pela urna dois passou quase dez minutos sozinho com as cédulas, sem a companhia dos demais componentes da comissão escrutinadora. O fato pode ser observado em imagens de segurança feitas em um estabelecimento comercial de Paranavaí, onde eles pararam na tarde do dia 3 de fevereiro, dia da eleição.
A situação motivou os integrantes da Chapa 2, liderada pelo candidato de oposição, a pedirem investigação. Foram à Delegacia de Polícia Civil e fizeram o boletim de ocorrências. O inquérito foi instaurado e as investigações já começaram.
Paralelamente, procuraram a Justiça do Trabalho, que concedeu, na tarde da última quinta-feira, o mandado de busca e apreensão de documentos relacionados à tramitação do pleito eleitoral, na sede do Sindoscom.
SINDOSCOM – A presidente sindical, Elizabete Madrona, não esteve presente durante o cumprimento da ordem judicial. Mesmo assim, disse, não houve qualquer impedimento ao trabalho dos oficiais de Justiça. “Tiveram todas as condições e cumpriram a obrigação deles”.
Na tarde de ontem, a equipe do Diário do Noroeste tentou falar com a candidata eleita, Leila Vanda Aguiar. Da mesma forma que na noite de quinta-feira, ela não atendeu o telefonema.