Matagal em terrenos baldios esconde criadouros do mosquito da dengue

No meio do mato alto, lixo descartado pela população de maneira irregular. Grande parte é de resíduos que acumulam água e dão condições para a reprodução do Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, chikungunya e zika. 
A cena é comum em muitos bairros de Paranavaí, por isso, o trabalho de limpeza precisa ser feito constantemente. Principalmente agora, que o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Lira) revelou que a infestação pelo mosquito está em 3,1%.
Uma das ações programadas pela Administração Municipal para tentar amenizar o problema é o mutirão de limpeza na Vila Operária, região de Paranavaí com maior índice de infestação: 4,6%. Será neste sábado (14), a partir das 8 horas.
A secretária de Saúde, Andréia Vilar, explicou que o objetivo é recolher lixos e entulhos em calçadas e terrenos baldios. “Queremos retirar a sujeira da cidade.” Aqueles objetos acumulados nos fundos dos quintais pelos moradores não serão levados neste momento.
Ela afirmou que o mutirão é preventivo. “Estamos em um momento de alerta e precisamos nos precaver, para evitar uma epidemia de dengue. Não podemos deixar que 2013 se repita.” Naquele ano, foram registrados 10.426 casos suspeitos da doença, sendo 9.923 positivos.
Em 2016, Paranavaí teve 1.260 notificações de pacientes com sintomas de dengue. Desse total, 140 foram confirmados e 1.120 tiveram resultados de exames laboratoriais negativos. Em 2017, ainda não foram registrados casos positivos da doença.
LIRA – O primeiro levantamento para identificar o percentual de infestação por Aedes aegypti é realizado em janeiro. Se neste ano o índice é de 3,1%, vale a pena comparar a anos anteriores. Em 2016, 2,8%. Em 2015, 4,7%. Em 2014, 2,5%. Em 2013, 6,5%.
Ao longo do ano são feitos quatro Liras, um a cada quadrimestre. No último de 2016, em dezembro, o índice foi de 0,3%. Antes disso, em agosto, 0,2%. E em abril, 0,5%. De acordo com a secretária de Saúde, a tendência para o mês de janeiro é apresentar alta em relação aos meses anteriores, por causa das condições do tempo.
EQUIPES – Andréia Vilar afirmou que os trabalhos de conscientização quanto aos cuidados para prevenir a proliferação do mosquito da dengue são feitos diariamente. Agentes comunitários de saúde e agentes de controle de endemias fazem visitas e conversam com os moradores.
Mesmo assim, é preciso que as pessoas participem de maneira mais efetiva do combate ao mosquito. “É preciso que as pessoas se conscientizem e parem de jogar lixo em terrenos baldios”, pediu a secretária. 
Segundo ela, o número de servidores que formam as equipes da Estratégia Saúde da Família e o grupo de agentes de controle de endemias não é considerado suficiente. “Precisaria de mais, mas já estamos solicitando contratações ao Ministério da Saúde.”