Vacinação ultrapassou 97% do rebanho
A região de Paranavaí atingiu 97,68% de cobertura vacinal contra a febre aftosa. O número foi informado ontem pelo Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura (Seab), através da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). O rebanho regional é de 1 milhão e 23 mil cabeças de gado.
O índice, baseado no número de comprovações, é satisfatório, como informa o coordenador da Adapar na região, médico veterinário Carlos Costa Júnior. Ele lembra que o número não está fechado ainda, ou seja, pode ser um pouco superior.
A vacinação aconteceu durante o mês de novembro. Com o fim do período, ainda é possível vacinar, no entanto, o produtor terá que pedir autorização na unidade veterinária. A vacina fora do prazo só pode ser adquirida com a anuência, reforça.
Mesmo quem voluntariamente ainda busque a vacinação fora do prazo, pode ser autuado, já que a imunização é obrigação legal do produtor. “Só se houver uma justificativa convincente, ou seja, uma razão consistente que impossibilitou vacinar dentro do prazo”, reitera o coordenador.
O rebanho de mais de um milhão de cabeças identificado pela Seab refere-se aos 28 municípios da Amunpar, além de Rondon e Paranacity. A região do Extremo-Noroeste possui o segundo maior rebanho do Estado.
FIM DA VACINAÇÃO – A campanha de vacinação ocorre no momento em que o Paraná trabalha para obter o status de área livre de aftosa sem vacinação. O secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, em visita ao Diário do Noroeste, dia 22 do mês passado, defendeu a ideia. Se dependesse apenas da sua vontade, destacou, o Paraná chegaria a tal status já em maio de 2018.
Para atingir o objetivo de área livre de aftosa, o Paraná tem questões para resolver com o Mato Grosso do Sul. O caminho mais rápido e radical, como pontuou, é a implantação de barreiras sanitárias, impedindo o trânsito de animais vindo daquela unidade da federação.
No entanto, há também o componente político, por isso, Ortigara espera chegar a um entendimento através do diálogo. Criadores do Paraná trazem animais do estado vizinho para engordar em solo paranaense, o que acrescenta o fator econômico ao conjunto a ser analisado.
Ainda assim, está mais fácil atingir e manter o status de livre da doença sem vacina, defendeu na visita. Pelas novas regulamentações da OEA (Organização dos Estados Americanos), são 90 dias após a incidência de foco para uma unidade voltar ao status anterior, naturalmente, adotando-se as medidas sanitárias.
Além de obter vantagens competitivas no mercado internacional, o Paraná teria uma economia imediata com a suspensão da vacina. Pelas contas do secretário Ortigara, os produtores deixariam de gastar R$ 30 milhões em doses de vacina.