Parque Estadual de Amaporã começou a ser recuperado
A área destruída em 2015, durante uma tempestade, do Parque Estadual Amaporã já começou a ser recuperada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Os 198 hectares do Parque formam uma das áreas remanescentes de mata nativa na região Noroeste, com diversas espécies da fauna e flora brasileira.
“O projeto é recuperar todo o entorno do Ribeirão Jurema, o que inclui suas nascentes”, disse o chefe do escritório do IAP em Paranavaí Mauro Braga.
Uma das propostas de trabalho é de recuperar o leito antigo do ribeirão até a nascente mapeada pelo Exército Brasileiro na década de 60, que fica fora do Parque. Para que isso ocorra a ideia é de negociar as áreas em torno do Parque com os proprietários utilizando os passivos ambientais das áreas particulares como forma de negociação.
“Já estamos em contato com os proprietários vizinhos ao Parque, queremos só as áreas de passivo ambiental dos proprietários, onde passará a ser responsabilidade do Estado o trabalho de recuperação ambiental”, destacou o gerente de Parques, José Nelson Campanha.
Só para ter uma ideia do estrago causado pela chuvarada daquele dia 25 de novembro de 2015, foi aberta uma voçoroca onde antes existia a lagoa e acima mata adentro de cerca de 30 a 40 metros de largura em alguns pontos, por 7 metros de profundidades e 1.900 metros de extensão. “A força da água no dia arrancou perobas e canafistulas de mais de um metro de diâmetro com raiz e tudo,” relatou José Nelson.
Dentro do Parque além do trabalho de reflorestamento nas áreas destruídas, estão sendo feitas pequenas represas acima do ribeirão, como forma de conter a velocidade e a força d’água em dias de chuvas mais fortes. “As pequenas represas já fazem parte dos trabalhos de recuperação com planejamento”, disse Braga que destacou ainda a parceria com a Coopcana na recuperação da área.
O Parque Estadual de Amaporã dos 198 hectares, 60% é composto de mata fechada com preciosidades, como perobas, cedros, guaritas, angicos, entre outras, com árvores com mais de um metro de diâmetro. Já as áreas arrasadas com a força das águas estão sendo recompostas com outras espécies propícias ao solo argiloso e arenoso que sobrou.
“Já plantamos 2,5 mil mudas de árvores ao longo do leito do Ribeirão Jurema como a imbaúba, capixingui, e muitas outras frutíferas com a intenção de também atrair mais aves e animais que irão nos ajudar no reflorestamento de toda a área”, disse Braga.
Enquanto não for recuperada a área degradada o Parque permanece fechado para visitação pública, o espaço era muito requisitado por escolas para educação ambiental. A área fica aberta somente para pesquisadores, que têm que agendar a visita junto ao IAP.
Tem onça no Parque
Apesar de nunca ter visto onças perambulando dentro da área protegida, o gerente de Parques José Nelson Campanha, que mora em uma casa dentro da área de preservação, relatou já ter visto pegadas do felino no Parque. “Já vi pegadas de onça e cascos de tatus que, provavelmente, foram comidos por ela. O felino gosta tanto de tatu que só deixa o casco do bicho raspado”.
José Nelson relatou que o Parque provavelmente faça parte da rota do felino que percorre quilômetros diariamente na busca de alimento e parceiros para reprodução. “As onças provavelmente utilizam os canaviais como caminho até chegar ao Parque. Apesar de sinais do felino e de relatos de vizinhos de que teriam visto o bicho, não há registro de ataque em rebanhos”.
Também é possível ver no Parque cutias, tamanduás, tatus, raposas, entre outros pequenos mamíferos. A área possui ainda diversas espécies de répteis e aves.