Acadêmicos ocupam pavilhões do campus paranavaiense da Unespar

“Resistir sempre!” Assim a estudante Piedra dos Santos Rosa, do primeiro ano de Serviço Social, iniciou a conversa com a equipe do Diário do Noroeste, na manhã de ontem (17). Ela acompanha a ocupação da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) – campus de Paranavaí, que teve início na noite de quarta-feira (16).
Na opinião da acadêmica, é necessário lutar por melhorias no ensino público, por se tratar de um espaço destinado às pessoas que não têm condições de pagar as mensalidades de uma instituição particular. Por isso, Piedra decidiu apoiar o movimento de ocupação.
Todos os pavilhões foram fechados pelos estudantes, exceto o bloco administrativo, que continua funcionando normalmente. Com isso, as aulas foram suspensas por tempo indeterminado, conforme explicou o estudante Victor Ferreira e Silva, do primeiro ano de História.
Uma assembleia seria realizada na noite de ontem, com o objetivo de explicar os motivos para a ocupação do campus local. Entre os pontos citados pelos acadêmicos está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que tramita no Senado Federal e prevê o congelamento de investimentos públicos pelos próximos 20 anos.
Eles também se posicionaram contra a reforma do Ensino Médio, estabelecida pela Medida Provisória (MP) 746. O texto sugere, por exemplo, a retirada de alguns cursos da grade curricular. Outra motivação para o protesto é a precarização das universidades públicas.
Todos os tópicos seriam elencados em uma pauta de reivindicações. Com o documento oficial em mãos, os acadêmicos iniciariam as negociações com a direção do campus local e com a reitoria da Unespar.
De acordo com o diretor Elias de Souza Junior, assim que a pauta dos estudantes for disponibilizada, será possível fazer uma avaliação mais precisa do movimento de ocupação. De qualquer maneira, ele garantiu que as decisões partirão da reitoria e não da direção do campus.
A preocupação é com o cronograma pedagógico, que já está atrasado por causa da greve dos docentes no ano passado. “Vamos ter que repensar o calendário”, disse Souza Junior. Segundo ele, na segunda-feira o Conselho do Campus deverá se reunir para debater a situação.