Aumenta número de casos de sífilis

Nesta semana ganhou destaque nacional a caracterização de que o país vive uma nova epidemia de sífilis. A forma mais eficaz de enfrentar a doença é diagnosticar a doença, por isso, a 14ª Regional de Saúde de Paranavaí alerta para a necessidade de fazer o teste rápido em uma unidade ou no Sinas – Sistema Integrado de Atendimento em Saúde (caso de Paranavaí). O tratamento é rápido e fácil.
Aliás, uma das razões para o aumento do número de casos pode ser justamente o sucesso do chamado teste rápido, oportunizando o diagnóstico para mais pessoas. Mas, certamente, a principal causa é sexo sem preservativo. Na região de Paranavaí, por exemplo, houve aumento no registro de casos de 2010 a 2016 para todos os grupos.
Dados divulgados nesta semana a pedido do Diário do Noroeste mostram que foram diagnosticados 229 casos da chamada sífilis adquirida, aquela contraída por homens e mulheres (exceto grávidas e bebês).
No levantamento da Saúde, constata-se aumento médio de 20,06% ao ano. Apenas no ano passado foram 74 registros, cenário bem diferente de 2011, quando houve somente 03 pacientes diagnosticados.
Destes pacientes, 64% são homens. A faixa etária mais comum é de 20 a 49 anos, com 68% dos casos. Outras duas faixas etárias – de 50 a 64 anos e de 15 a 19 anos – respondem com 13,5% cada e as pessoas com mais de 65 anos são 3% dos pacientes.
Chama ainda a atenção o fato de que foram constatados dois casos de 10 a 14 anos. Reiterando que se trata de uma infecção sexualmente transmissível (IST), ou seja, oriunda de sexo sem proteção (camisinha).
Maior cidade da região, Paranavaí concentra o maior número de casos. No ano passado foram 43 diagnósticos. Constatações vêm crescendo todos os anos, desde 2011, quando houve apenas 01 diagnóstico. Em 2012 foram 06, saltando para 19 em 2013. No ano seguinte atingiu 37 pacientes. Até o momento a cidade contabiliza 28 diagnósticos em 2016.  
GESTANTES – Outro grupo para efeito de controle é da chamada sífilis em gestante. De 2010 a 2016 foram diagnosticados 102 casos, sendo que em 49% deles (50 pacientes) não houve registro de tratamento dos parceiros.
A clientela é composta em sua maioria – 65% – por mulheres entre 20 e 34 anos. Outro grupo de jovens, de 15 a 19 anos, representa 32% dos pacientes, enquanto uma delas é menor de 14 anos e duas estão acima dos 35 anos. O aumento no número de casos da sífilis em Gestante foi de 20,04% em média ao ano entre 2010 e 2016.
CONGÊNITA – Por fim, o acompanhamento da sífilis congênita registrou 37 casos. Esta é a mais perigosa, pois se trata de doença transmitida da mãe para criança durante o parto e/ou qualquer momento da gestação.
A sífilis congênita pode ocasionar aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao nascer.
O TRATAMENTO – O tratamento da sífilis em adulto é simples, a base de Penicilina Benzatina (Benzetacil). Como destaca Maria da Penha Francisco, da Divisão de Vigilância em Saúde da 14ª Regional (Seção de Vigilância Epidemiológica – Programa de Controle das DST’s), é necessário procurar um profissional de saúde para diagnóstico correto e tratamento adequado, até porque se trata de um medicamento controlado pela Anvisa.
O tratamento é realizado de acordo com o estágio da doença:
Sífilis Primária, Secundária ou Terciária, por isso a importância de procurar uma Unidade de Saúde para realizá-lo. Todo recém-nascido cuja mãe é soropositiva para sífilis deve ser acompanhado por pelo menos dois anos.
Reforçando que toda pessoa sexualmente ativa deve fazer o teste, Maria da Penha cita que nas cidades os pacientes podem procurar uma unidade básica de saúde (posto). No caso de Paranavaí, o Sinas atende na Rua Rio Grande do Norte, 1840, centro. O teste leva apenas cerca de 15 minutos.
AÇÕES DA REGIONAL – Considerando que o diagnóstico e tratamento são as principais ações no combate a sífilis, a tecnologia do teste rápido veio para facilitar o acesso ao diagnóstico, além de diminuir os custos para as Secretarias Municipais de Saúde.
Para cumprir a meta de ampliar a busca de casos, a Regional oportuniza aos profissionais a capacitação para executar o Teste Rápido para Triagem Sífilis (resultado do teste de triagem em 10 a 15 minutos). Também disponibiliza insumos (preservativos e tratamentos), faz a gestão dos casos, ou seja, o acompanhamento dos casos diagnosticados até a cura, além das atividades de oferta de testagem para sífilis em todas as ações nas UBSs. Os trabalhos são desenvolvidos em conjunto entre a Vigilância Epidemiológica e a Atenção Primária em Saúde.
NACIONAL – O Ministério da Saúde divulgou que o número de pessoas infectadas no Brasil aumentou 32,7% entre 2014 e 2015, chegando a 65.878 casos no ano passado.
Os casos de sífilis congênita (transmissão da mãe grávida com sífilis para o bebê) cresceram de forma ainda mais preocupante.
A taxa de bebês com sífilis congênita em 2015 foi de 6,5 casos a cada mil nascidos vivos – 13 vezes mais do que é tolerado pela Organização Mundial de Saúde e 170% a mais do que o registrado em 2010.