No EPA, homenagem a ex-diretores do Colégio Estadual

Neste fim de semana – dias 9, 10 e 11 – será realizado o 9º Encontro dos Estudantes Paranavaienses, com recordações sobre ex-diretores de vários estabelecimentos de ensino por onde passaram os estudantes dos anos 60 e seguintes.
Entre os diretores a serem citados está o professor João Albino Werlang, que neste 07 de setembro, se vivo, completaria 97 anos de idade, informou um dos filhos, Bininho, que vem de Mogi das Cruzes-SP, especialmente para participar do evento, seguindo até Querência do Norte, onde o professor foi sepultado.
Originários da Prússia, os pais de João Albino Werlang migraram para o Brasil em busca de segurança para viver num País livre. Nasceu em 07 de setembro de 1919 em Selbach, Rio Grande do Sul, e faleceu em outubro de 1984 em Paranavaí-PR. Casou com Eunice Medeiros (09.07.1936 em Tabapuã-SP) filha de Luiz Alves de Medeiros e Madalena Marcos de Medeiros. Tiveram os filhos:
1- Albino Luiz de Medeiros Werlang, nasc. 29.11.1957 em Paranavaí-PR, residência atual Mogi das Cruzes-SP;
2- Elaine Maria Werlang, nasc. 20.04.1962 em Paranavaí-PR, Assistente Social, casada com Ricardo Nogueira Prioste, nasc. em Presidente Prudente (11.1957) eng. civil,  residência atual Mogi das Cruzes-SP., tem os filhos
Ricardo Raoni Werlang Prioste, nascido em Mogi das Cruzes-SP, economista, casado, sem filhos, residência atual Cracóvia-Polônia, e
Iara Nogueira Werlang Prioste, nasc. em Mogi das Cruzes-SP., advogada, solteira, residência atual Maringá-PR.
João Albino aos 7 anos de idade foi estudar como interno no Seminário de Uruguaiana-RS. Lá se formou em Letras, Filosofia e Teologia, onde lecionava Português para os alunos internos e externos, dominava fluentemente os idiomas Alemão, Italiano, Latim, Espanhol e Francês. Chegou a vestir batina e tinha como nome de ordem: Irmão Didácio.
Ali ficou até o final de 1947  quando pediu "desligamento" e mudou-se para Santa Rosa no início de 1948, lecionou Português no Colégio Dom Bosco (dos Padres), nas horas vagas trabalhava como agrimensor em uma Colonizadora local,  em 1950 ajudou a fundar o time de futebol Juventus e ali ficou até 1952.
No final de 1951, o prof. João Albino recebeu convite por parte da Colonizadora, para cadastrar famílias da região Norte e Noroeste do RS para colonizarem o até então inexplorado Noroeste do Paraná, uma região ainda inóspita, mas contendo excelente terra para o plantio de café, fato que animou e encorajou algumas famílias gaúchas a se aventurarem neste rincão paranaense.
João Albino levou então além de sua mãe Maria Paulina, a irmã Luisa, casada com o construtor e lavrador Carlos Spenthof e filhos, os Borsatto, Paulo Konrath, Schimidt, e mais tarde chegaram os Reginatto, Zago, Peripolli, entre outros e foram os pioneiros fundadores da cidade de Querência do Norte.
Ali enfrentaram duas fortes geadas que queimaram a lavoura e plantação de café. Desanimando, alguns decidiram voltar para o Sul. João Albino recebeu o seu pagamento e ali continuou prestando serviços como agrimensor.
Em 1951 chega em Paranavaí o frei Ulrico Goevert, durante a primeira administração do prefeito José Vaz de Carvalho, que tinha como meta a construção de um Ginásio Municipal.
Conversando sobre isto com o frei Ulrico, este lhe informou que sabia ter em Querência do Norte um professor formado no Seminário de Uruguaiana, o prefeito então cedeu um jipe com motorista e pediu para o frei convidar este professor para ajudar a fundar o Ginásio Municipal de Paranavaí.
Convite aceito o professor viajou de mala e cuia com o frei, e enquanto o ginásio era construído as aulas eram ministradas numa casa de dois cômodos transformados em salas de aula situada na Rua Minas Gerais defronte a antiga Pensão Portuguesa, ao lado de onde era também a segunda sede do Diário do Noroeste, de propriedade do José Valente.
O professor Albino veio a ser diretor do Colégio Estadual de Paranavaí, onde lecionou até o seu falecimento em 1984, marcado seu nome na memória de milhares de estudantes, ainda lembrado com admiração e respeito. (SB)