César Alexandre não será candidato

O funcionário público César Alexandre confirmou ontem com exclusividade ao Diário do Noroeste que não será candidato a prefeito de Paranavaí. Considerado pré-candidato natural do PT, ele disputou os últimos dois pleitos, em 2008 e 2012.
Alexandre apontou uma série de motivações para sua decisão, dentre elas, compromissos pessoais. Na política, pesou o momento delicado pelo qual atravessa o partido.
De forma sutil, César Alexandre criticou parte das lideranças de Paranavaí e o que considera “mudança de postura diante das conveniências políticas”.  
Mantendo a ordem de razões elencadas por ele, em primeiro lugar para a desistência vieram as questões pessoais, o que inclui a conclusão de um doutorado pela Unesp e a fase de transição para a aposentadoria (é servidor de carreira da Copel).  
Por fim, questões pragmáticas, típicas da política. Alexandre disse que desde o princípio defendia que as candidaturas fossem definidas em torno de programas básicos de governo e não em conveniências.
Aproveitou para dizer que se mantém na política, inclusive, participando das conversas do PT com outros partidos. E descartou ser candidato a vice ou a vereador, mas admite que o PT pode compor um grupo em torno de propostas, cedendo quadros para a chapa majoritária.
Também é sua preocupação montar uma chapa competitiva de postulantes ao Poder Legislativo. São vedadas nacionalmente alianças com PSDB e DEM.
Quando fala em propostas, lembra bandeiras como hospital municipal, reestruturação do Serpavi (ou serviço equivalente) e orçamento participativo.
Aliás, ao detalhar propostas, lamenta o que considera alianças de conveniência apenas para ganhar eleição. “Defendo um programa de governo e não nomes”, reitera.
Reconhecendo o direito legítimo de qualquer militante político procurar outras alternativas, Alexandre, de forma indireta, se referiu aos aliados de antes que acabaram tomando outros rumos.
Caso do vereador Roberto Cauneto Picorelli (Pó Royal), que desistiu de apoiá-lo e se juntou a outro grupo. Tem manifestado apoio ao peemedebista Valdir Tetilla.
Também fez referência ao ex-prefeito Maurício Yamakawa, que passou a trabalhar o seu projeto de candidatura pelo PP com novo bloco de partidos.
Os fatores envolvendo o PT também repercutem em certa medida na decisão do antigo postulante. O partido tem nomes citados em corrupção e problemas administrativos que culminaram com o recente afastamento temporário (provavelmente irreversível) da presidente da República, Dilma Rousseff. Lamenta equívocos partidários, mas vê um massacre para prejudicar a imagem do PT.
A desistência do pleito de 2016 não é o fim da carreira política, mas sim, uma retirada estratégica. César Alexandre projeta que daqui a quatro anos estará aposentado e poderá retomar o projeto de ser prefeito “para fazer as mudanças que a cidade precisa”.
As convenções vão de 20 de julho a 05 de agosto. Até lá haverá muita reunião e debates em torno de nomes, viabilidade e propostas.
Paranavaí chegou a listar 13 pré-candidatos a prefeito no mês passado. Hoje a lista é menor, já que alguns já declinaram e outros demonstram pouco fôlego para viabilização. A eleição acontece no dia 02 de outubro.