Morre o jornalista Euclides Bogoni
Morreu na madrugada de ontem o jornalista Euclides Bogoni, aos 82 anos. Diretor do jornal Diário do Noroeste, Bogoni foi hospitalizado na quarta-feira da semana passada (dia 15) com problemas respiratórios e faleceu em decorrência de pneumonia.
O corpo está sendo velado na Capela do Plano Prever e sepultado no Cemitério Municipal (centro) será às 10h.
Conforme acompanhamento da família, Euclides Bogoni deu entrada em hospital de Paranavaí e horas mais tarde, foi transferido para o Hospital Santa Rita de Maringá. Desde então, passou por vários procedimentos clínicos até a madrugada de ontem, quando faleceu.
Natural de Videira (SC), Euclides Bogoni foi pioneiro das comunicações em Paranavaí, chegando ao primeiro emprego no setor de redação na década de 1950 até se tornar empreendedor num curto espaço de tempo.
Em 23 de outubro de 1955 fundava o Diário do Noroeste, onde por seis décadas foi seu diretor, jornalista e grande entusiasta. Otimista por opção de vida, foi um dos grandes defensores de Paranavaí e da Região Noroeste, abraçando grandes causas sociais e de desenvolvimento político e econômico.
Sobre crise econômica e falta de oportunidades, uma receita: ação. Tanto que o seu último dia de trabalho foi também o dia do internamento hospitalar, o último dia em que esteve no seu escritório, uma sala simples nas dependências do DN.
Sua sala, sem luxo, por sinal, nem de longe lembra o seu prestígio por todo o Paraná. A mesma sala onde atendia governadores, senadores e outras grandes autoridades, era também testemunha do seu carinho por pessoas humildes e da paciência em atender crianças e estudantes a perguntar sobre a arte de fazer jornalismo numa região em desbravamento e nos dias atuais.
Na mesa de trabalho, a inseparável cuia de chimarrão, que gentilmente dividia com os partícipes.
Deixava a sua mensagem de forma suave e sempre pautado em exemplos, tanto que chegava cedo no seu querido Diário do Noroeste e quase sempre era o último a sair. Mais do que isso, mantinha postura discreta, aguardava pacientemente a sua vez, abrindo mão do direito de idoso e até da autoridade que as seis décadas de trabalho em prol da comunidade lhe conferiam.
“Estou bem”, despistava educadamente ao ser convidado a exercer a preferência. Justamente pela postura de cidadão, tinha sempre a preferência e o respeito de todos.
Ontem, o silêncio nos corredores do DN, os semblantes incrédulos e olhos marejados da equipe de colaboradores, davam a dimensão do tamanho da perda.
CIDADÃO HONORÁRIO DO PR – “Uma emoção indescritível, uma homenagem incomum. Dá um calor a mais no coração da gente e faz acreditar mais na bondade dos homens”. Foi assim que, em 30 de maio de 2014, Euclides Bogoni sintetizou o sentimento por receber o Título de Cidadão Honorário do Paraná.
Na época, relatou que quando iniciou a sua empresa, acumulando todas as funções (de diretor a entregador), não imaginava até onde poderia chegar. Mas, definiu que “a coisa começou pela emoção”.
Autodidata, Bogoni foi poeta na adolescência e chegou a publicar poemas e artigos, antes de ser dono de jornal. Foi assim que tomou gosto pela profissão ao trabalhar no primeiro jornal da cidade – “Paranavaí Jornal”.
Com o fim da publicação, em 1954, Bogoni parte para a grande aventura da sua vida: lança o jornal “O Noroeste”, já com visão regional. A marca evolui até o formato atual – “Diário do Noroeste”. Não sem antes passar por grandes provações, incluindo a geada e o incêndio na sede em 1975.
DIAS DE LUTA, DIAS DE GLÓRIA – De “faz tudo”, no distante ano de 1955, Bogoni passou a diretor estratégico de uma equipe que chegou a ter 60 colaboradores diretos, responsável pelo emprego e renda de mais de 200 pessoas (funcionários e familiares).
Ele avaliava que tal sucesso se deve ao bom conceito que desfrutou desde os primeiros dias, ao lado da esposa – Cira Bogoni – com quem se casou em 1960 e tem três filhos: Sérgio, Wladimir e Tânia Mara.
A vocação pela defesa das grandes bandeiras da comunidade vem do nascimento do Diário do Noroeste e sua proximidade com o Rotary Club, outros clubes de serviço e entidades beneficentes. 60 anos se passaram e ainda hoje, toda boa causa, se torna bandeira do DN, como ensinou Euclides Bogoni.
Por tudo isso, vai o homem, de quem a comunidade se despede hoje. Fica o exemplo, uma marca mais forte que o tempo.
Para a cidade, fica a Avenida Paraná, com o Diário do Noroeste compondo a paisagem. Para quem conheceu o homem, fica a certeza de que a Avenida Paraná é, a partir de agora e em certa medida, Avenida Euclides Bogoni.
O corpo está sendo velado na Capela do Plano Prever e sepultado no Cemitério Municipal (centro) será às 10h.
Conforme acompanhamento da família, Euclides Bogoni deu entrada em hospital de Paranavaí e horas mais tarde, foi transferido para o Hospital Santa Rita de Maringá. Desde então, passou por vários procedimentos clínicos até a madrugada de ontem, quando faleceu.
Natural de Videira (SC), Euclides Bogoni foi pioneiro das comunicações em Paranavaí, chegando ao primeiro emprego no setor de redação na década de 1950 até se tornar empreendedor num curto espaço de tempo.
Em 23 de outubro de 1955 fundava o Diário do Noroeste, onde por seis décadas foi seu diretor, jornalista e grande entusiasta. Otimista por opção de vida, foi um dos grandes defensores de Paranavaí e da Região Noroeste, abraçando grandes causas sociais e de desenvolvimento político e econômico.
Sobre crise econômica e falta de oportunidades, uma receita: ação. Tanto que o seu último dia de trabalho foi também o dia do internamento hospitalar, o último dia em que esteve no seu escritório, uma sala simples nas dependências do DN.
Sua sala, sem luxo, por sinal, nem de longe lembra o seu prestígio por todo o Paraná. A mesma sala onde atendia governadores, senadores e outras grandes autoridades, era também testemunha do seu carinho por pessoas humildes e da paciência em atender crianças e estudantes a perguntar sobre a arte de fazer jornalismo numa região em desbravamento e nos dias atuais.
Na mesa de trabalho, a inseparável cuia de chimarrão, que gentilmente dividia com os partícipes.
Deixava a sua mensagem de forma suave e sempre pautado em exemplos, tanto que chegava cedo no seu querido Diário do Noroeste e quase sempre era o último a sair. Mais do que isso, mantinha postura discreta, aguardava pacientemente a sua vez, abrindo mão do direito de idoso e até da autoridade que as seis décadas de trabalho em prol da comunidade lhe conferiam.
“Estou bem”, despistava educadamente ao ser convidado a exercer a preferência. Justamente pela postura de cidadão, tinha sempre a preferência e o respeito de todos.
Ontem, o silêncio nos corredores do DN, os semblantes incrédulos e olhos marejados da equipe de colaboradores, davam a dimensão do tamanho da perda.
CIDADÃO HONORÁRIO DO PR – “Uma emoção indescritível, uma homenagem incomum. Dá um calor a mais no coração da gente e faz acreditar mais na bondade dos homens”. Foi assim que, em 30 de maio de 2014, Euclides Bogoni sintetizou o sentimento por receber o Título de Cidadão Honorário do Paraná.
Na época, relatou que quando iniciou a sua empresa, acumulando todas as funções (de diretor a entregador), não imaginava até onde poderia chegar. Mas, definiu que “a coisa começou pela emoção”.
Autodidata, Bogoni foi poeta na adolescência e chegou a publicar poemas e artigos, antes de ser dono de jornal. Foi assim que tomou gosto pela profissão ao trabalhar no primeiro jornal da cidade – “Paranavaí Jornal”.
Com o fim da publicação, em 1954, Bogoni parte para a grande aventura da sua vida: lança o jornal “O Noroeste”, já com visão regional. A marca evolui até o formato atual – “Diário do Noroeste”. Não sem antes passar por grandes provações, incluindo a geada e o incêndio na sede em 1975.
DIAS DE LUTA, DIAS DE GLÓRIA – De “faz tudo”, no distante ano de 1955, Bogoni passou a diretor estratégico de uma equipe que chegou a ter 60 colaboradores diretos, responsável pelo emprego e renda de mais de 200 pessoas (funcionários e familiares).
Ele avaliava que tal sucesso se deve ao bom conceito que desfrutou desde os primeiros dias, ao lado da esposa – Cira Bogoni – com quem se casou em 1960 e tem três filhos: Sérgio, Wladimir e Tânia Mara.
A vocação pela defesa das grandes bandeiras da comunidade vem do nascimento do Diário do Noroeste e sua proximidade com o Rotary Club, outros clubes de serviço e entidades beneficentes. 60 anos se passaram e ainda hoje, toda boa causa, se torna bandeira do DN, como ensinou Euclides Bogoni.
Por tudo isso, vai o homem, de quem a comunidade se despede hoje. Fica o exemplo, uma marca mais forte que o tempo.
Para a cidade, fica a Avenida Paraná, com o Diário do Noroeste compondo a paisagem. Para quem conheceu o homem, fica a certeza de que a Avenida Paraná é, a partir de agora e em certa medida, Avenida Euclides Bogoni.