Preço do feijão mais que triplica em um ano

Quem vai ao supermercado fazer compra de alimentos já constatou uma disparada no preço do feijão, item essencial na mesa do brasileiro. Um olhar no histórico de preços mostra o tamanho do aumento nos últimos 12 meses, pesando diretamente no bolso das famílias.
Cotação do Mercado agrícola de ontem, divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral), Núcleo de Paranavaí da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, mostra que a saca com 60 quilos está sendo comercializada entre R$ 330,00 e R$ 350.
Há um ano, conforme publicação de 02 de junho de 2015, também feita pelo Deral, o preço médio da saca no Paraná era de R$ 106,82, ou seja, uma variação superior a 230% – mais que o triplo do valor de um ano para outro.
O aumento no atacado repercutiu diretamente no varejo. Em fevereiro deste ano, já acumulando várias altas desde 2015, o quilo de feijão carioca variava de R$ 4,98 a R$ 6,45, conforme apontou a pesquisa do Procon de Paranavaí nos principais supermercados da cidade.
Neste mês de junho, entre os dias 1º e 2, a pesquisa mais uma vez feita pelo Procon, mostrou que o quilo do feijão carioca era encontrado ao preço mínimo de R$ 6,99 e máximo de R$ 10,65. Ontem, algumas empresas consultadas vendiam o produto acima de R$ 8,50 o quilo.     
RAZÕES PARA O AUMENTO – O aumento no preço do feijão é resultado de uma queda de produção, embora sem redução da área plantada, informa o engenheiro agrônomo do Deral em Curitiba, Carlos Alberto Salvador.
Ele explica que na primeira safra, colhida entre janeiro e fevereiro, a queda chegou a 14% – equivalentes a 48 mil toneladas. Na segunda safra, cuja colheita está no fim com 93% já concluída, a queda chegou a 21%, o que representa 82 mil toneladas.
As condições climáticas são as razões para a queda de produção do feijão paranaense. Na primeira safra, houve excesso de chuva desde o final do ano passado. Já na segunda safra, houve as duas coisas: primeiro, excesso de chuva no início do ano. Depois, detalha Salvador, houve estiagem entre março e abril, com temperaturas elevadas.
A situação paranaense reflete em todo o país. O engenheiro agrônomo explica que o estado responde por 24% da produção nacional. Esse dado, aliado a problemas de produção em todo o sul (RS e SC) e também em Minas Gerais contribui para uma elevação de preço. Também não há previsão de queda no curto prazo. A próxima safra será plantada a partir de agosto.