Produtores comemoram adiamento de leilão de farinha por parte do Governo

O Governo Federal decidiu adiar a venda (via leilão) de farinha de mandioca. A venda já estava definida, mas foi revista ontem e deve ser publicada no Diário Oficial.
A informação é do presidente da Associação dos Produtores de Mandioca do Paraná – Aproman – Francisco Abrunhoza. Ele estava em Brasília ontem e confirmou a mudança via telefone.
O Governo comprou no final do ano passado 30 mil toneladas do produto (contrariando a meta inicial de 80 mil toneladas) e agora pretendia vender. Segundo Abrunhoza, a quantidade não é representativa, o problema é que geraria especulação, com repercussão negativa no preço da tonelada da raiz.
Aliás, ainda de acordo com o presidente, após um período de altas seguidas, a tonelada de mandioca teve uma retração de preço nos últimos dias. Ontem o preço da tonelada girava em torno de R$ 350,00, portanto abaixo do verificado há 15 dias – que chegou a R$ 420,00.
O preço, embora melhor do registrado durante todo o ano passado, ainda é insuficiente para cobrir os custos de produção, fala o presidente. Pelos cálculos da Aproman o custo hoje é de cerca de R$ 378,00, impulsionado pelo aumento nos preços de defensivos, adubo e óleo diesel, cuja referência é o dólar.
Se o momento é de queda no preço em comparação com semanas anteriores. Para o futuro o preço da raiz vai subir, entende o presidente. Isso porque haverá escassez já a partir do meio do ano. Além da redução da área plantada, houve perdas por causa das chuvas do final do ano e do início de 2016, analisa.
Houve pouco plantio em 2015, fala Abrunhoza, lembrando que o Paraná plantou 80 mil hectares, contra uma área total que já chegou a 170 mil hectares em outras safras. Além das questões de mercado, o produtor esbarra na falta de financiamento para plantar.
A mandiocultura viveu uma crise iniciada em dezembro de 2014 e que atravessou todo o período de 2015. Em janeiro do ano passado, produtores reclamaram que o preço chegou a R$ 140,00 a tonelada, enquanto que as cotações oficiais apontavam preço médio de R$ 178,00. E de qualquer forma, abaixo do custo de produção, como reclamaram os agricultores. Foi então que se reuniram para reativar a associação, fazendo uma série de atos e reivindicações.