Deficiente visual ganha a vida consertando cadeira de área
No dicionário a palavra superação tem o significado de “fazer desaparecer, remover, resolver: superar todas as dificuldades”. Sendo assim, não é demais dizer que a vida do paranavaiense Mauro Pereira da Silva, 55 anos, é uma constante superação.
Vindo de família de origem humilde, ele tinha 25 anos quando perdeu a visão em um acidente de trabalho. Hoje com 55, não se entregou – todos os dias trabalha em sua residência consertando “cadeiras de áreas”.
O ACIDENTE – O ano era 1985 e Silva trabalhava em um frigorífico em Paranavaí como metalúrgico. O expediente já chegava ao fim e ele se preparava para descer do andaime, onde fazia uma solda, quando ocorreu o acidente. O eletrodo acidentalmente bateu em um tambor, que explodiu e Silva, na época casado e duas filhas, com a terceira a caminho, perdeu a visão.
O metalúrgico foi lançado ao chão e bateu a cabeça, permanecendo 12 dias em coma em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Mas ele voltou à vida, porém, a forma como “enxergava” a vida nunca mais foi a mesma.
Meses depois, após tratamentos, consultas e medicamentos, saiu a “sentença”. Ele nunca mais voltaria a ver por causa da ruptura do nervo ótico.
“Foi muito difícil e cheguei a ficar depressivo. Eu era muito ativo e não parava nunca. Gostava de dirigir, jogar bola e pescar. Até os 25 anos eu tinha a visão e de uma hora para outra não teria nem a chance de conhecer a minha filha que ainda estava na barriga da esposa”, comenta Silva.
REINÍCIO – Com a aposentadoria de um salário mínimo, percebeu que seria difícil manter a família. Um dia ele estava sentado em casa, que tinha construído ao lado da casa da sogra, lembrou-se de um antigo ofício.
“Eu trabalhava em uma metalúrgica e nas horas de folga ajudava fazer cadeiras de área. Pedi para minha esposa pegar uma cadeira de minha sogra. Consegui desmontar e a refiz novamente. Percebi ali a possibilidade de voltar a ter uma ocupação e dar uma vida melhor para minha família”, lembra o aposentado.
Depois desse dia sua vida voltou a ter ocupação. Inicialmente o volume de serviço não era grande e os primeiros clientes foram os amigos e parentes. Com os elogios pelo serviço, o aposentado resolveu ir buscar mais clientes e traçou uma estratégia.
“Na época tinha uma carroça e chamei minha esposa para ir até a Rádio Paranavaí pedir uma força para o Armando Trindade Fonseca. Ele contou minha história e daquele dia em diante não parei mais. Depois uma pessoa indicava para outra e com isso já se passaram 30 anos”.
OUTRA TRAGÉDIA – Há cerca de dois anos o deficiente visual passou por outra tragédia em sua vida. Ele e a inseparável companheira sofreram um acidente de trânsito e ela morreu.
“Ela nunca me abandonou. Durante quase 30 anos ela foi meus olhos, meus braços, meu tudo. Não é fácil aceitar, mas sei que é a vontade de Deus. Penso que tive o privilégio de ser presenteado com a presença dela durante todos esses anos de casamento”.
Sem deixar se abater, o deficiente visual diz que hoje o motivo de mantê-lo vivo são as três filhas, os genros e os netos. Diariamente segue a rotina de acordar cedo, sentar no fundo da residência e consertar as cadeiras de seus clientes.
No período que a reportagem do Diário do Noroeste esteve em sua casa foi possível perceber sua habilidade de trançar os fios. Foi também visível o atendimento carismático aos telefones (3423-4480 e 9838-1016) e com os clientes que vão até a residência localizada na Avenida Lázaro Vieira, 94, Jardim Avaré.
Vindo de família de origem humilde, ele tinha 25 anos quando perdeu a visão em um acidente de trabalho. Hoje com 55, não se entregou – todos os dias trabalha em sua residência consertando “cadeiras de áreas”.
O ACIDENTE – O ano era 1985 e Silva trabalhava em um frigorífico em Paranavaí como metalúrgico. O expediente já chegava ao fim e ele se preparava para descer do andaime, onde fazia uma solda, quando ocorreu o acidente. O eletrodo acidentalmente bateu em um tambor, que explodiu e Silva, na época casado e duas filhas, com a terceira a caminho, perdeu a visão.
O metalúrgico foi lançado ao chão e bateu a cabeça, permanecendo 12 dias em coma em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Mas ele voltou à vida, porém, a forma como “enxergava” a vida nunca mais foi a mesma.
Meses depois, após tratamentos, consultas e medicamentos, saiu a “sentença”. Ele nunca mais voltaria a ver por causa da ruptura do nervo ótico.
“Foi muito difícil e cheguei a ficar depressivo. Eu era muito ativo e não parava nunca. Gostava de dirigir, jogar bola e pescar. Até os 25 anos eu tinha a visão e de uma hora para outra não teria nem a chance de conhecer a minha filha que ainda estava na barriga da esposa”, comenta Silva.
REINÍCIO – Com a aposentadoria de um salário mínimo, percebeu que seria difícil manter a família. Um dia ele estava sentado em casa, que tinha construído ao lado da casa da sogra, lembrou-se de um antigo ofício.
“Eu trabalhava em uma metalúrgica e nas horas de folga ajudava fazer cadeiras de área. Pedi para minha esposa pegar uma cadeira de minha sogra. Consegui desmontar e a refiz novamente. Percebi ali a possibilidade de voltar a ter uma ocupação e dar uma vida melhor para minha família”, lembra o aposentado.
Depois desse dia sua vida voltou a ter ocupação. Inicialmente o volume de serviço não era grande e os primeiros clientes foram os amigos e parentes. Com os elogios pelo serviço, o aposentado resolveu ir buscar mais clientes e traçou uma estratégia.
“Na época tinha uma carroça e chamei minha esposa para ir até a Rádio Paranavaí pedir uma força para o Armando Trindade Fonseca. Ele contou minha história e daquele dia em diante não parei mais. Depois uma pessoa indicava para outra e com isso já se passaram 30 anos”.
OUTRA TRAGÉDIA – Há cerca de dois anos o deficiente visual passou por outra tragédia em sua vida. Ele e a inseparável companheira sofreram um acidente de trânsito e ela morreu.
“Ela nunca me abandonou. Durante quase 30 anos ela foi meus olhos, meus braços, meu tudo. Não é fácil aceitar, mas sei que é a vontade de Deus. Penso que tive o privilégio de ser presenteado com a presença dela durante todos esses anos de casamento”.
Sem deixar se abater, o deficiente visual diz que hoje o motivo de mantê-lo vivo são as três filhas, os genros e os netos. Diariamente segue a rotina de acordar cedo, sentar no fundo da residência e consertar as cadeiras de seus clientes.
No período que a reportagem do Diário do Noroeste esteve em sua casa foi possível perceber sua habilidade de trançar os fios. Foi também visível o atendimento carismático aos telefones (3423-4480 e 9838-1016) e com os clientes que vão até a residência localizada na Avenida Lázaro Vieira, 94, Jardim Avaré.