Moradores reclamam dos problemas nas casas do Conjunto Geraldo Felippe

Há aproximadamente oito meses, Damiana Maria de Jesus se mudou para o Conjunto Habitacional Geraldo Felippe, em Paranavaí, e realizou o sonho da casa própria. Ela só não esperava encontrar problemas em tão pouco tempo.
A moradora recebeu a equipe do Diário do Noroeste e contou por que está descontente com a situação. Apontou rachaduras, mostrou que o forro está solto, disse que há infiltrações e reclamou das condições da instalação elétrica.
Mas as dificuldades não param por aí. Damiana precisou revestir a porta da entrada de casa com plásticos, porque “sempre que chove entra água em casa e inunda tudo”. A solução encontrada por ela é a mesma utilizada em várias residências do bairro.
Damiana não foi a única a fazer reclamações. Ali perto da casa dela, um morador que preferiu não ser identificado falou sobre os problemas das fossas sépticas. Aparentemente, algumas estão afundando.
O homem disse que recentemente foi necessário acionar o Corpo de Bombeiros para retirar um cachorro que estava dentro de uma fossa séptica que está destampada e ruindo. “Poderia ter sido uma criança”.
Enquanto a equipe do DN conversava com os moradores, outras pessoas que residem no Conjunto Habitacional Geraldo Felippe se aproximaram para falar sobre o assunto. Confirmaram as reclamações e disseram estar insatisfeitas com a situação.
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL – De acordo com informações obtidas na Prefeitura de Paranavaí, a empresa responsável pela construção das casas é acionada pelos próprios moradores sempre que os problemas são identificados.
No caso das moradias populares, cabe à Administração Municipal apenas fazer o cadastramento dos candidatos e promover a seleção dos beneficiários, de acordo com as exigências do programa habitacional.
CONSTRUTORA – Gestor de Qualidade da empresa responsável pelas obras no Conjunto Habitacional Geraldo Felippe, Eduardo Legnani explicou que os moradores têm acesso irrestrito ao serviço de assistência.
Com o termo de entrega do imóvel, todos receberam um número de telefone para contato. Sempre que a empresa é acionada, cadastra a reclamação e encaminha uma equipe de técnicos para avaliar a situação relatada por telefone.
Legnani afirmou que desde junho do ano passado até dezembro, o atendimento era feito imediatamente, já que havia funcionários de plantão no bairro. A partir deste ano, as visitas passaram a levar um pouco mais de tempo, “mas todos são atendidos”, garantiu.
Segundo o gestor de Qualidade, a maioria das reclamações está relacionada a infiltrações provocadas pela água da chuva: quando os problemas são identificados, os técnicos da empresa fazem os consertos necessários.
Questões como rachaduras, forros soltos e outros itens do acabamento da casa raramente são citadas pelos moradores que entram em contato com o serviço de atendimento da construtora. Mesmo assim, conforme afirmou Legnani, quando isso ocorre, a equipe se desloca de Maringá a Paranavaí para fazer a avaliação.
O gestor de Qualidade destacou que a falta da rede de esgoto torna o uso das fossas sépticas e dos sumidouros essencial, por isso, todas as residências têm ambos. O problema é que as recentes fortes chuvas provocaram o acúmulo de terra, comprometendo as estruturas.
Legnani também fez questão de dizer que sempre os reparos nas casas são feitos quando os problemas resultam de vícios de construção. No entanto, quando os danos forem causados pelos próprios moradores, eles são responsáveis por fazer os consertos.
É que antes de entregar as habitações para os beneficiários, técnicos da empresa e os sorteados fizeram a conferência dos principais itens, comprovando, então, que o estado das casas estava de acordo com o que foi exigido.