Alto preço do aluguel estimula saída de empresários do centro de Paranavaí

Uma rápida passagem pelo centro de Paranavaí é suficiente para perceber os imóveis comerciais para alugar. Grande parte está nas ruas Getúlio Vargas e Manoel Ribas, mas também há lojas fechadas em mais vias da cidade.
Na avaliação do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Henrique Scarabelli, a principal explicação está nos valores cobrados pelos proprietários dos imóveis. “O preço do aluguel é muito alto, fora dos padrões que observamos em outros lugares”.
Com tantos prédios fechados, a especulação imobiliária cresce. Assim, os valores cobrados pelos proprietários ficam cada vez maiores. Como resultado, muitos empresários que pagam aluguel precisam fechar as portas porque não conseguem arcar com todas as despesas.
Scarabelli garantiu que a Administração Municipal buscou alternativas legais para evitar que os lojistas interrompessem as atividades. No entanto, não houve amparo legal para qualquer tipo de medida em relação aos preços praticados pelos donos dos imóveis. “O poder público não pode interferir”.
Uma das apostas é o novo formato do estacionamento regulamentado ao longo da Rua Getúlio Vargas. As vagas que eram diagonais passaram a ser horizontais (paralelas ao meio-fio), reduzindo o número de pontos destinados aos carros. “Hoje, para estacionar, o motorista busca outras vias”, pontuou Scarabelli.
Seria, na opinião do secretário municipal, uma maneira de fazer com que os consumidores caminhassem por outras ruas e avenidas da região central. “Isso vai facilitar a expansão do centro comercial. Algumas empresas já estão apostando na mudança”.
Pode demorar para que os efeitos sejam percebidos, mas uma das possibilidades é que a saída de alguns empresários das ruas Getúlio Vargas e Manoel Ribas, na busca por pontos em outras ruas e avenidas, estimule a baixa nos preços do aluguel. “Estamos dando condições para que isso ocorra”, disse.
Scarabelli apontou uma característica de Paranavaí que contribui para o encarecimento das locações: a proximidade das agências bancárias. “Como a maioria dos lojistas quer se instalar perto desses estabelecimentos, há uma supervalorização dos imóveis”.
De acordo com o secretário municipal, a tendência é que os prédios vazios continuem fechados até que a economia brasileira volte a se fortalecer. “Precisamos esperar a crise passar para vermos os efeitos positivos. Isso vai acontecer naturalmente”.