Investimento público e agronegócio puxam economia do Paraná em 2016

O ano de 2016 promete ser de desafios para a economia brasileira, mas o Paraná registra um cenário mais favorável do que a média brasileira. A retomada do investimento público, possível graças ao ajuste fiscal, e a expansão do agronegócio, embalada pelo câmbio mais favorável, devem ajudar a puxar os resultados da economia paranaense neste ano, de acordo com o presidente do Ipardes – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Julio Suzuki. 
“O ano de 2016 começará ainda trazendo os efeitos da recessão brasileira de 2015, mas o Estado tem condições de sair da crise mais rapidamente, assim que o Brasil der os primeiros sinais de retomada”, afirma Suzuki Junior. 
Vários indicadores mostram que, mesmo em tempos difíceis para economia brasileira, o Estado vem avançando. Segundo o IBGE, o Paraná se tornou a quarta maior economia do País; foi eleito o segundo mais competitivo do Brasil, de acordo com o The Economist; e detém o terceiro maior salário médio do País, atrás de São Paulo e Distrito Federal. Um outro levantamento, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, mostra, ainda, que 96% das cidades paranaenses têm nível de desenvolvimento alto ou moderado. 
“O Governo do Paraná fez o que o governo federal não fez. Com as contas equilibradas, será possível retomar investimentos, que é um vetor importante para combater a crise”, diz Suzuki. Com o ajuste, o Estado prevê R$ 7,8 bilhões em investimentos para 2016. 
CAMPO – O agronegócio, que já vem com bons resultados e uma safra recorde em 2015, deve se beneficiar do dólar valorizado nas exportações. Puxado pelas cooperativas, o setor vem investindo pesado em expansão e diversificação de produção e armazenagem. As cooperativas paranaenses respondem, atualmente, por mais de 30% das exportações do setor no País. “O Paraná tem hoje o agronegócio mais pujante do Brasil. Isso é um fator que diferencia o Estado de outras unidades”, afirma. 
A retomada da indústria de transformação, por sua vez, deve ser mais lenta e ficar para 2017. Mas há alguns bons prognósticos. As exportações devem melhorar com o câmbio favorável. Além disso, o novo governo da Argentina deve melhorar as relações comerciais com o Brasil. A Argentina é um dos principais destinos das exportações paranaenses, especialmente do setor automotivo. “A Argentina promoveu uma política comercial que impôs várias barreiras aos produtos brasileiros. A expectativa é que o novo governo retire essas restrições, o que beneficiará as exportações do Paraná”, diz Suzuki Junior.