Olarias de São Carlos estão produzindo 50% menos

As olarias instaladas na cidade de São Carlos do Ivaí (em torno de 15 fáfricas) já começaram a sentir os reflexos da crise econômica instalada no país. A produção de lajotas caiu 50% devido à falta de compradores, o que tem provocado a demissão de funcionários.
“Não adianta produzir 800 mil lajotas por mês e vender 400 mil, a crise está pegando todo mundo”, enfatizou Cláudio Aparecido dos Santos, dono de uma olaria na cidade.
Percorrendo as olarias de São Carlos do Ivaí o que mais se encontra são pilhas com milhares de lajotas esperando por compradores e fornos “adormecidos”.
“Como minha produção caiu pela metade tive que dispensar metade dos funcionários”, disse dos Santos que tinha há pouco mais de três meses 18 funcionários e agora toca a olaria com apenas nove pessoas.
Já o empresário Carlos Solera, dono de uma outra olaria que produzia cerca de 700 mil lajotas/mês, diminuiu a produção em 30%. “Vamos esperar virar o ano para ver se melhora o mercado, se não melhorar vamos ter que tomar algumas medidas na empresa”, disse o empresário.
Muitas das olarias irão dar férias coletivas para os seus funcionários, algumas param a produção já na próxima segunda-feira (16) e só voltam a produzir na segunda semana de janeiro de 2016.
“Vou dar férias até janeiro, na expectativa de melhora no mercado de lajotas, crise como esta só no governo Collor”, disse dos Santos que há décadas trabalha na produção de lajotas em São Carlos do Ivaí.
Os empresários também reclamam do preço do milheiro da lajota que há mais de três anos está entre R$ 260,00 a R$ 270,00. “Em 2010 o milheiro chegou a R$ 320,00 e hoje está com esse preço pra gente entregar no depósito”, disse Solera que também pretende dar férias coletivas para os funcionários.
Outra reclamação é quanto aos custos de produção das lajotas que aumentaram nos últimos meses com reajustes na energia elétrica, água e combustíveis.
“A produção de lajotas não dá mais lucro com o preço que está, tudo subiu, o barro sobe a cada seis meses, a conta de energia dobrou, tudo foi reajustado, menos o preço da lajota”, disse dos Santos.
Os empresários do setor em São Carlos do Ivaí têm a esperança de que em 2016 a economia brasileira comece a apresentar sinais de recuperação, o que deve impulsionar novamente o setor da construção civil.