Casos de dengue durante o inverno preocupam autoridades de Paranavaí

O último caso positivo de dengue em Paranavaí foi registrado no dia 2 de julho. Inverno. Isso não deveria acontecer durante o período mais frio do ano, quando as condições do tempo são adversas para a reprodução do mosquito transmissor da doença, mas ainda há circulação viral na cidade.
Um dos motivos apontados pelo secretário municipal de Saúde, Agamenon Arruda de Souza, é o comportamento dos moradores. “As pessoas são irresponsáveis e não colaboram”, disse, referindo-se ao fato de que não fazem o descarte correto do lixo e não mantêm os quintais limpos.
No mês passado, por exemplo, foram recolhidos 120 pneus, 84 tubos de aparelhos televisores, 46 lonas plásticas, 46 guarda-roupas e 38 sofás. Esses e outros materiais estavam em imóveis residenciais, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais. Ao todo, foram 47.800 quilos de lixo.
Quando a destinação dos resíduos não é feita corretamente, podem acumular água, garantindo ao Aedes aegypti condições ideais para completar o ciclo de reprodução. De acordo com relatório elaborado pela equipe da Vigilância em Saúde, na semana passada foram encontrados 13 criadouros do mosquito. Na última segunda-feira, oito.
Sempre que identificam focos de larvas do Aedes aegypti, os fiscais fazem uma notificação que pode ser transformada em multa se os moradores não eliminarem esses criadouros. A dificuldade da Administração Municipal está em aplicar a punição, porque muitas pessoas fornecem informações incompletas ou erradas.
O assunto foi discutido ontem por integrantes do Comitê Municipal de Combate à Dengue. Uma das soluções apontadas por eles foi acelerar o processo de aplicação de multas nos casos em que forem encontrados criadouros do mosquito transmissor da dengue. Também falaram sobre aumentar o valor da punição, que hoje é R$ 200.
NÚMEROS – De 1º de janeiro até 15 de julho, foram registrados 855 casos suspeitos de dengue em Paranavaí. Desse total, 301 foram confirmados, 515 tiveram resultados negativos e 39 ainda estão sendo analisados em laboratório. Abril foi o mês com maior quantidade de pessoas doentes, 149. Em março, foram 66. Em maio, 46.
COMBATE – Os integrantes do Comitê Municipal de Combate à Dengue definiram algumas ações para as próximas semanas. Uma delas será reunir representantes de entidades e organizações da sociedade civil, para que se juntem nos trabalhos de orientação dos moradores e de eliminação dos focos do Aedes aegypti.
Também propuseram a realização de palestras e outras atividades dentro das escolas municipais e estaduais, para que os estudantes sejam propagadores de informações.
Agendaram, ainda, mutirões de limpeza de terrenos baldios e coleta de objetos que possam acumular água, favorecendo a reprodução do mosquito transmissor da dengue.