Secretaria de Saúde busca formas de reduzir a entrega de receitas médicas

No primeiro quadrimestre deste ano, a Administração Municipal de Paranavaí distribuiu 3.510.499 medicamentos para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Considerando o provável número de 87 mil habitantes, seria como se cada morador tivesse consumido em média 40 unidades de janeiro a abril.
O número foi considerado alto pela auditora da Secretaria Municipal de Saúde, Gislaine Erédia, que está se reunindo com os médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF) em busca de soluções para o problema. A intenção é definir meios para reduzir a entrega de receitas médicas para os pacientes do SUS.
Ela explicou o motivo da preocupação. “Não estamos nos negando a distribuir os medicamentos. Acontece que muitos chegam à Unidade Básica de Saúde e exigem que o médico receite o remédio, mesmo que não precisem”. Alguns dizem que preferem ter a medicação em casa para o caso de ficarem doentes.
Quando os médicos se negam a fornecer as receitas, parte dos pacientes faz reclamações formais sobre os profissionais ou procura empresas de comunicação para relatar o que considera descaso. Outra parte agenda consultas em outras unidades de saúde, para consultar médicos diferentes, até que consiga a indicação.
Agentes de saúde relataram ter encontrado caixas repletas de remédios nas casas dos usuários do sistema público de saúde. Para Gislaine, há dois problemas nessa situação: muitos medicamentos estão vencidos e a maioria não é armazenada da forma correta.
Há ainda o risco de intoxicação por automedicação. É que os pacientes acreditam que sabem exatamente o que têm, estocam os medicamentos e consomem por conta própria. Dependendo da reação do organismo, podem apresentar diversas reações, como o agravamento de doenças.
Por causa dessa constatação, o secretário de Saúde, Agamenon Arruda de Souza, informou que está sendo organizada uma estratégia para coletar todos os medicamentos estocados nas casas dos pacientes. A partir de então, os remédios terão a destinação correta.
Outra dificuldade que a rede municipal de saúde poderá enfrentar se não houver prudência no consumo de medicamentos é a falta de alguns produtos nas farmácias de distribuição gratuita. É que o repasse do Governo Federal para a área da saúde será menor neste ano, o que afetaria diretamente a compra de novas unidades.
Em 2014 – A quantidade de medicamentos distribuídos nos quatro primeiros meses deste ano já é maior do que em 2014, quando, no mesmo período, foram entregues 3.442.645 – em doze meses foram 11.225.207. Segundo Gislaine Erédia, a situação vem se repetindo ao longo dos anos.