Produtores de arroz irrigado pedem redução na tarifa de energia elétrica
De acordo com o presidente da APAI/PR (Associação dos Produtores de Arroz Irrigado do Paraná), Kléber Canassa, o custo da energia subiu para o produtor cerca de 100,72% somente nos primeiros meses de 2015.
“Estamos pagando para trabalhar na lavoura, a elevação da tarifa elétrica contribuiu consideravelmente no acréscimo no custo de produção do cereal”, disse Canassa.
Entre as reivindicações estão a revisão da alta nas tarifas de energia elétrica para atividades rurais, com a extinção da bandeira vermelha para o setor agropecuário. “Além da tarifa elevada ainda tem a bandeira vermelha que é que mais tem inviabilizado o trabalho no campo”, frisou o produtor.
Outro pedido dos produtores é de estender o período de cobrança da tarifa de irrigação noturna, que atualmente é praticada das 21h às 6h, para 21h às 8h, aumentando em 2h o benefício.
“Não tem o porquê não esticar o horário da tarifa de irrigação, já que os picos de consumo de energia são em outros horários do dia”, argumentou Canassa.
Os produtores também pedem que seja esticado o período de cobrança das tarifas noturnas das atividades rurais também das 21h às 8h. “Aos sábados a cobrança deveria ser até às 12h e domingos e feriados nacionais a cobrança deveria ser durante as 24h”, destacou o produtor alegando que nesses dias o consumo de energia diminui em todo o país.
Canassa já esteve com o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara entregando as reivindicações feitas pelos produtores e agroindustriais que também pedem que a cobrança da tarifa rural noturna seja estendida para todos os consumidores da área rural que estão ligados à rede de alta tensão. Atualmente o benefício só atende aos produtores ligados a rede de baixa tensão.
A informação é de que o secretário Norberto Ortigara já esteve em contato com a diretoria da Copel expondo a pauta de reivindicação dos produtores. “O Ortigara já nos deu retorno e disse que a Copel irá realizar um estudo para ver a viabilidade dos pedidos”, finalizou Canassa que espera que a resposta da Copel seja o quanto antes.
Preço da saca de arroz é menor que o custo de produção
O preço da energia elétrica, a alta do dólar e a competividade com o arroz importado do Paraguai estão dificultando a vida do produtor de arroz em todo o Brasil.
Só para se ter uma ideia do problema, a saca de arroz irrigado foi cotada no último dia 13 de maio em R$ 35,00, mesmo preço praticado em 30 de outubro de 2008.
Durante esse período, o cereal alcançou o maior preço de R$ 39,36 em setembro de 2012, chegando a R$ 19,23 em abril de 2011. “Nosso custo de produção para a mesma saca chega R$ 41,00, o que está tornando a atividade inviável para o produtor”, frisou Canassa.
A alta do dólar também tem refletido diretamente no valor do custo de produção, já que os insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas são cotados em dólar. “O valor do dólar nos atinge em cheio, e não reflete no valor de venda do arroz pelo fato do cereal não ser uma comodits”, disse Canassa.
A região do baixo Ivaí que abrange os municípios de Querência do Norte, Santa Mônica, Santa Cruz de Monte Castelo e Santa Isabel do Ivaí é responsável pela produção de 30% de todo arroz consumido no Paraná, produtores desses municípios aguardam com ansiedade a resposta da Copel para redução das tarifas e prolongamento dos horários de desconto na conta.