Brasil e China confirmam acordos de mais de US$ 53 bi e ajuda a Petrobras

BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff recebeu, ontem, no Palácio do Planalto o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e assinou 35 acordos bilaterais nas áreas de planejamento, infraestrutura, comércio, energia, mineração, entre outras, no valor de mais de US$ 53 bilhões, de acordo com o governo brasileiro.
Somente com a Petrobras, os acordos que envolvem financiamento de projetos da estatal chegam a pelo menos US$ 7 bilhões.
O Palácio do Planalto vai apostar nos negócios com a China para evitar uma "paralisia do governo" com o corte do Orçamento de 2015, que deve ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.
Uma das principais apostas do acordo é a Ferrovia Transoceânica, que ligará Brasil e Peru. Em seu discurso durante a assinatura dos atos, Dilma se mostrou animada com a megaferrovia. "Um novo caminho para a Ásia se abrirá pelo Brasil", afirmou.
No entanto, o projeto está longe de sair do papel e o preço final ainda não está definido -projeções variam de US$ 5 a US$ 12 bilhões.
OUTROS ACORDOS – Entre os acordos em diversas áreas, está a assinatura de um memorando para a compra de 40 aeronaves da Embraer e outro para a compra de 24 navios de minério de ferro.
Em nota, a Embraer confirmou a venda de um primeiro lote de 22 aeronaves aos chineses. A operação, acertada com a Tianjin Airlines, tem valor estimado em US$ 1,1 bilhão.
A entrega da primeira aeronave está programada para este ano -uma segunda será entregue em 2018. As aeronaves fazem parte de pacote prometido pelo presidente chinês Xi Jinping em visita ao Brasil, no ano passado.
"Os 18 jatos E190-E2 restantes farão parte de uma segunda aprovação das autoridades chinesas em fase posterior", afirma a assessoria de imprensa da Embraer.
Além da cooperação para o financiamento de projetos da Petrobras, no valor de pelo menos US$ 7 bilhões, foram assinados acordos para desenvolvimento de um satélite de sensoriamento remoto, cooperação esportiva nas modalidades de tênis e badminton, instalação de um complexo siderúrgico no Maranhão, entre outros.

Faremos o corte necessário para que as contas entrem nos eixos, diz Dilma
Às vésperas de anunciar o corte no Orçamento de 2015, previsto para acontecer até sexta-feira (22), a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que fará "o contingenciamento necessário" para que as contas públicas "entrem nos eixos". Segundo a presidente, o corte não será "nem excessivo, nem flexível demais" e vai representar a real situação fiscal do país.
"Faremos o contingenciamento necessário. Vocês podem ter certeza que nem será excessivo, porque não tem por quê, nem flexível demais, no sentido de nem frágil demais que não seja aquele necessário para garantir que as contas públicas entrem nos eixos", afirmou a presidente após cerimônia de assinatura de acordos bilaterais com a China, no Palácio do Planalto.
Dilma foi questionada sobre os cortes que, segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, devem ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.
"Só vou dar uma resposta porque me interessa. Nós faremos o contingenciamento necessário. Um contingenciamento que tem que expressar a situação fiscal que o país vive, então será o contingenciamento necessário", afirmou.