Alagamentos em Paranavaí: problema está longe de ser resolvido definitivamente

O mês passado foi marcado por um volume maior de chuva do que fevereiro de 2014. Em Paranavaí, foram respectivamente 264 e 110 milímetros. A precipitação também ficou acima da média histórica para o mês, que é de 170 milímetros. Com tanta água, evitar alagamentos é tarefa bastante difícil – um problema que a Administração Municipal está longe de resolver definitivamente.
A explicação está no fato de o dimensionamento da tubulação ser inferior ao necessário para fazer o escoamento da água da chuva de forma eficiente. Outro ponto importante a ser mencionado é a falta de bocas de lobo em algumas vias da cidade. “É um problema antigo, mas estamos investindo em readequações para melhorar a captação”, disse Edson Batista, diretor técnico de Obras da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur).
Ele explicou que uma das formas de amenizar o índice de alagamentos em Paranavaí tem sido substituir parte da tubulação existente. Na prática, as novas estruturas têm maior capacidade de vazão. Além disso, a Administração Municipal tem investido para aumentar o número de bueiros. “As bocas de lobo ajudam a reduzir a velocidade da água e aumentar a capacidade de captação”, explicou Batista.
O diretor da Sedur apontou outra situação que tem contribuído para os constantes alagamentos: o crescimento na área urbana faz com que diminuam os pontos de infiltração da água da chuva no solo. Ele citou o fato de aproximadamente 95% das vias públicas serem asfaltadas e também falou sobre a formação de novos conjuntos habitacionais – mais concreto resulta em maior impermeabilização.
LONGO PRAZO – Apesar das medidas paliativas adotadas pela Administração Municipal, não existe um projeto definitivo para acabar com os alagamentos. De acordo com Batista, seria necessário fazer estudos técnicos bastante detalhados antes de buscar soluções para o problema.
Com o levantamento de todas as informações, seria possível elaborar um plano de ações e, enfim, iniciar a execução das obras. A dificuldade está no custo de todo o processo. O diretor técnico da Sedur afirmou que o alto valor do investimento exigirá que a Administração Municipal recorra ao financiamento. Mas nada disso tem prazo para acontecer.
SOBRE CHUVAS – O meteorologista do Simepar Fernando Mendonça Mendes informou que a chuvarada registrada em fevereiro deste ano foi o resultado das condições atmosféricas: a incursão de umidade de regiões ao Norte do país somada às altas temperaturas. Segundo ele, a tendência com a chegada do outono é a redução do volume de chuvas.