Educadores decidem manter greve nas escolas estaduais

Aproximadamente 20 mil pessoas estiveram ontem na Vila Capanema – Estádio do Paraná Clube, em Curitiba – para a assembleia de professores e funcionários das escolas estaduais. Decidiram continuar a greve por tempo indeterminado.
Diretor da APP-Sindicato de Paranavaí, Nivaldo Rocha destacou que as atividades letivas serão retomadas quando a categoria tiver todas as reivindicações atendidas. No entanto, segundo ele, o Governo do Estado mantém fechados os canais de comunicação com os educadores.
Ele afirmou que 99% das escolas estaduais paranaenses estão sem aulas. A explicação está na falta de condições adequadas para receber os alunos. “Faltam funcionários e professores”. Além disso, como duas parcelas do Fundo Rotativo não foram repassadas em 2014, também faltam materiais de limpeza e de higiene pessoal.
Rocha enfatizou que a greve dos educadores não é motivada por questões salariais, mas por melhorias no ensino público. E fez questão de se reportar aos pais dos estudantes: “Se eles voltarem, não terão aulas em sua plenitude, porque as escolas não estão em condições de funcionar”.
NRE – O chefe do Núcleo Regional de Paranavaí, Pedro Baraldi, informou que o Governo do Estado estipulou prazos para cumprir algumas reivindicações apresentadas por professores e funcionários. Sendo assim, a expectativa era de que as aulas fossem retomadas.
Ele citou o pagamento do terço de férias ainda em março, o início da liberação de recursos do Fundo Rotativo, sendo que a primeira parcela de 2015 já teria sido repassada em fevereiro. Além disso, garantiu que a implantação das progressões seria feita em duas partes, uma em maio e outra em junho. Somou, ainda, o anúncio da retomada do porte das escolas.
Baraldi disse que uma das preocupações com o adiamento da volta às aulas recai sobre os produtos adquiridos pelas escolas e o vencimento do prazo apropriado para consumo, como é o caso de itens alimentícios. A reposição das aulas é outra questão que preocupa o Governo do Estado.
A GREVE – Professores e funcionários das escolas estaduais do Paraná estão em greve desde 9 de fevereiro. Nesse período de quase um mês, fizeram uma série de manifestações em centenas de cidades. Além disso, por várias vezes se reuniram em Curitiba para protestar contra medidas propostas pelo governador Beto Richa.
Inicialmente, a manifestação era contra o que os educadores classificaram de “desmonte pedagógico”, que incluía, por exemplo, a redução do porte das escolas, que seria a redução de turmas e do número de professores, pedagogos e funcionários. Eles também protestavam contra o atraso em alguns pagamentos.
Depois, a greve ganhou forças quando o Governo do Estado levou para votação um projeto de lei que reduziria benefícios dos servidores e permitiriam o uso de recursos da previdência para outras finalidades que não o pagamento do funcionalismo público.
UNESPAR – Ao mesmo tempo, as Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) também enfrentam dificuldades, como a redução no valor do orçamento anual e o corte nos recursos de custeio, ou seja, dinheiro para serviços de manutenção das universidades.
Por isso, a greve dos docentes e agentes universitários continua. O professor Renan Araújo, do campus de Paranavaí da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), informou que a paralisação é por tempo indeterminado. Isso inclui todos os campi da Unespar e as demais IEES.

NOTA OFICIAL
O Governo do Estado do Paraná lamenta a decisão tomada pela assembleia da APP-Sindicato de estender a paralisação de professores e funcionários.
O Governo esclarece que atendeu toda a pauta de reivindicações apresentada pela APP durante as negociações.
Além disso, tem feito um grande esforço para regularizar pendências com os servidores e garantir benefícios, como o reajuste acumulado de 60% nos salários nos últimos quatro anos, a implantação da hora-atividade de 33% para todos os professores, a melhoria da qualidade da merenda escolar, a ampliação de investimentos no transporte escolar e o incremento do fundo rotativo das escolas.
O Governo espera que os professores e servidores da Educação reavaliem a decisão e retornem às salas de aula o mais breve possível, para que os estudantes e suas famílias não sejam ainda mais prejudicados por uma paralisação que não tem mais justificativas.

Curitiba, 4 de março de 2015

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ