Jovens tentam impedir ação policial e dez são detidos
O grupo, além de dificultar a ação impossibilitando a detenção do condutor, também desacatou os policiais. Dez acabaram detidos em flagrante.
Conforme a PM, através da Seção de Comunicação Social, por volta de 01h30 da madrugada, policiais avistaram uma motocicleta em “atitude suspeita”. Ao tentar abordar, o motociclista fugiu em alta velocidade, pela contramão, correndo risco de se acidentar e de ferir outras pessoas. Pouco adiante, já na Avenida Paraná (centro da cidade), o motoqueiro foi contido e a moto retida.
Aí começaram os problemas. Pessoas que estavam no local foram “pra cima” da equipe policial, conseguindo “resgatar” o suspeito e a motocicleta, impedindo a sequência normal do trabalho que consistia em retenção da moto, averiguação e detenção do condutor.
Segue a PM informando que, além de impedir o trabalho policial, os jovens passaram a desacatar a equipe e arremessar várias garrafas de bebidas na equipe e na viatura, causando danos ao veículo. Evitando uma crise maior, os policiais pediram apoio para conter a multidão exaltada.
REFORÇOS – Com a chegada das equipes de Nova Esperança, Paranavaí e Tamboara, os policiais fizeram o cerco. Conforme os relatos eram aproximadamente 300 pessoas consumindo bebidas alcoólicas, promovendo desordem e incitando uns aos outros contra os policiais militares.
Mesmo diante do reforço policial, muitas pessoas retomaram os desacatos. Também voltaram a arremessar garrafas de bebidas vazias contra os policiais e a viatura. As equipes policiais tiveram trabalho para deter os mais exaltados, sendo necessário o uso da “força moderada” para detê-los.
O saldo final: 10 detidos. O Conselho Tutelar foi acionado imediatamente, pois neste grupo só havia um maior de 18 anos. Todos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil. Devem responder em liberdade pelos crimes (em tese) de desacato, desobediência e resistência.
Sem contar que serão investigados pelo crime de dano ao patrimônio público. Ao final, deverão arcar com as despesas de conserto das viaturas. Ainda conforme a PM, vários detidos são conhecidos no meio policial com passagens por envolvimento com tráfico de drogas, furto, roubo, lesão corporal e direção perigosa.
A Avenida Paraná é um local de concentração de jovens aos finais de semana. Eles se juntam para beber, conversar e ouvir música. São vários bares ao longo da via pública. Também segundo informação obtida em Alto Paraná, não é a primeira vez que uma ocorrência ganha contornos tensos por conta da resistência popular.
NÚMERO DE OCORRÊNCIAS – A incidência de desacato, desobediência e resistência tem sido comum na área do 8º Batalhão de Polícia Militar. Neste ano a área do 8º Batalhão já soma 138 ocorrências desta natureza. Somente em Paranavaí são 33. Em 2014 elas totalizaram 746 ocorrências, das quais, 233 em Paranavaí. De acordo com o relatório apresentado pela PM, em 2014 foram 337 ocorrências de desacato na área (Paranavaí e região), outras 261 de desobediência e 148 de resistência.
O QUE FAZER QUANDO ABORDADO PELA POLÍCIA – De acordo com o Código de Processo Penal, a polícia pode abordar as pessoas e revistá-las sempre que houver suspeita. Quando o cidadão for parado pela polícia, alguns comportamentos podem ajudar a não gerar conflito. Dentre os quais:
Ficar calmo e não correr; Deixar as mãos visíveis e não fazer nenhum movimento brusco; Não discutir com o policial e não tocar nele; Obedecer estritamente o comando do policial; Não fazer ameaças ou usar palavras ofensivas.
CONSEQUÊNCIAS – O desacato, a desobediência e a resistência à prisão contra o funcionário público no exercício de suas funções configuram crime. Os autores são encaminhados até a Delegacia de Polícia Civil onde é lavrado o Termo Circunstanciado de Infração Penal (utilizado para crimes considerados de menor potencial ofensivo) e o mesmo responderá pelo ato praticado. As penas variam de multas a alternativas, podendo o autor ser preso após a devida tramitação do processo. (Informações da PM, através do Setor de Comunicação Social).
Confusão semelhante em Castelo Branco e mais duas prisões
Outro caso semelhante ao de Alto Paraná (em relação ao delito), mas de menor proporção, aconteceu em Presidente Castelo Branco. Por volta das 17h30 de anteontem, policiais militares foram chamados a intervir numa denúncia de perturbação do sossego.
Havia uma picape F-250 na frente de um bar com o volume do som muito alto. Quando os policiais perguntaram sobre o motorista, visando adverti-lo e pedir que reduzisse o volume, o mesmo não se apresentou para a equipe policial. Os policiais checaram a picape, não constatando nada irregular. Como o som já estava desligado, os policiais teriam seguido o patrulhamento.
Porém, pouco tempo depois, o responsável pela picape retomou o volume excessivo. Desta vez, com apoio de policiais de Nova Esperança, foi realizada abordagem no bar. O proprietário foi identificado também como dono do veículo.
Quando as equipes foram encaminhar o veículo até o destacamento, as pessoas que estavam no estabelecimento começaram a desacatar e ameaçar os policiais. Com cautela, diz o informe, as equipes conseguiram encaminhar o veículo para o pátio do destacamento.
Momentos depois, cerca de 30 pessoas foram para a frente do destacamento militar. Elas ameaçavam invadir e quebrar todo o local se o proprietário e o veículo não fossem liberados. Mais uma vez foi necessário pedir reforços de equipes de Paranavaí.
Os policias tiveram que conter o conflito na frente do destacamento, sendo que algumas pessoas retornaram ao bar, onde já havia uma equipe de policiais militares. Na vistoria, foi encontrada uma pequena porção de maconha (dois gramas) com um jovem de 22 anos. Ele também teria desacatado e resistido à prisão, sendo necessário o uso da força para levá-lo ao destacamento.
Mais uma vez as pessoas voltaram para frente da unidade militar, com novos desacatados e ameaças, querendo “resgatar” o preso. Não tiveram sucesso. As equipes encaminharam o jovem com a maconha, o proprietário do bar e o veículo com som para a Delegacia de Polícia.