Sem recursos para custeio, não há previsão de volta às aulas na Unespar

Os campi da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) podem fechar as portas por falta de recursos, decisão tomada pelo Conselho de Administração e Finanças. Parte da estrutura da instituição, o campus de Paranavaí também está ameaçado.
O diretor Elias de Souza Junior explicou que faltam recursos para a manutenção do campus local. Não há como pagar o corte da grama, a limpeza dos banheiros e contas de água e de energia, por exemplo. “A situação é delicada. Sem o repasse do custeio, não temos como funcionar”.
O valor destinado a cobrir os gastos da Unespar é definido anualmente. Em 2013, por exemplo, foram repassados R$ 12 milhões. No ano anterior, a previsão de gastos era de R$ 15 milhões, mas só foram liberados R$ 9,2 milhões, sendo repassados apenas R$ 7,2 milhões.
De acordo com Souza Junior, a previsão para 2015 era que sozinha a Unespar recebesse mais de R$ 18,7 milhões. Até a tarde de ontem, não havia sinais de que o repasse seria feito. Considerando as dívidas dos sete campi contraídas no ano passado e as pendências de janeiro para cá, são mais de R$ 2,5 milhões – R$ 161 mil só em Paranavaí.
Diante das condições precárias em que a Unespar se encontra, professores e funcionários entraram em greve. Os alunos apoiaram a iniciativa. E não há previsão de retorno, a não ser que o Governo do Estado sinalize de forma favorável em relação às reivindicações dos servidores.
O campus de Paranavaí reúne aproximadamente 2.200 acadêmicos, 133 professores efetivos, 29 professores colaboradores, 26 agentes universitários, 27 estagiários e nove profissionais de empresas terceirizadas.
REITORIA – A incerteza sobre a volta às aulas na Unespar recai sobre a comunidade acadêmica no mesmo ano em que a sede da reitoria da universidade foi inaugurada em Paranavaí – a solenidade oficial foi no dia 27 de janeiro.
Durante todo o processo de decisão sobre qual cidade sediaria a reitoria, o discurso corrente era o da valorização do Ensino Superior e das conquistas que a estruturação da Unespar garantiria para todo o Paraná. Agora, no entanto, os sete campi que compõem a instituição enfrentam grandes dificuldades financeiras.
DIPLOMAS – Uma situação paralela aos problemas financeiros que a Unespar enfrenta é a demora na emissão dos diplomas. Acadêmicos que se formaram em 2013 ainda não receberam o documento que comprova a conclusão do curso de graduação.
Sobre o assunto, o diretor do campus de Paranavaí explicou que a integração da faculdade à Unespar tornou o processo de emissão e registro dos diplomas mais burocrático. Antes, saíam da própria faculdade, agora vão para a central da universidade e de lá são encaminhados para o registro.
Segundo Souza Junior, os diplomas dos formados em 2013 já foram assinados por ele e levados até Londrina, onde serão devidamente registrados. A previsão era que fossem encaminhados para Paranavaí até abril, mas por causa da greve, pode haver atraso.