Falar em impeachment não deve provocar “sobressaltos e arrepios”, diz Cássio

BRASÍLIA – O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lim (PB), voltou a dizer nesta semana que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não está na pauta de seu partido. Ele ressaltou, porém, que o tema está na “boca do povo” e que o PSDB não pode fugir à discussão.
Segundo Cássio, não há razão para que a pronúncia da palavra provoque “sobressaltos e arrepios”, uma vez que a Constituição prevê o rito do impedimento presidencial. Por isso, concluiu, não há por que se atribuir a intenção de golpe à menção do termo.
“Golpe foi praticado pelo PT com o estelionato eleitoral no ano passado, golpe é o que está sendo praticado contra a Petrobras, que está sendo roubada em seu patrimônio, que é o patrimônio do povo”, afirmou.
O senador disse que voltou ao tema em decorrência da repercussão de pronunciamento na segunda-feira, quando explicou que a queda de popularidade da presidente não era razão para impeachment, mas ressaltou que o impedimento é aplicável aos crimes de responsabilidade.
“Se olharmos a legislação brasileira e observarmos com atenção o artigo 10 da Lei de Improbidade, ali já tem material rico para o debate do problema”, salientou.
Ao falar em estelionato eleitoral, ele disse que a população foi enganada quando a então candidata à reeleição Dilma atribuía a seu adversário pelo PSDB, o senador Aécio Neves (MG), a intenção de adotar medidas que hoje ela mesma está praticando.
“Estamos vendo o país com altas taxas de juros, com a retirada de direitos trabalhistas sem negociação com o Parlamento ou discussão antecipada com as centrais sindicais”.
Cássio citou que em muitos estados, como a Paraíba, o aumento nas tarifas de energia chegou perto de 40%. Lembrou que Dilma, antes da eleição de outubro, ocupou cadeia nacional de rádio e televisão para anunciar redução de 18% nos valores, liberando os aumentos depois do pleito. (Da Agência Senado)