A Sicredi União acelera o crescimento em 2014
Fundada há 29 anos por um pequeno grupo de produtores rurais, a instituição abrange atualmente todos os segmentos econômicos, possui 98 mil associados, atua em dois Estados e se destaca entre as maiores corporações em seu setor no país.
Na noite da última segunda-feira, durante reunião com 160 coordenadores de núcleos, que representam os associados, no salão social da Associação Cultural e Esportiva de Maringá (Acema), a diretoria apresentou os números do exercício 2014 até o final de novembro, que devem variar pouco na soma com dezembro.
Os recursos totais – que compreendem toda a movimentação financeira, mais poupança e aplicações – cresceram 18,5% até novembro, comparando com igual mês em 2013, passando de R$ 1,070 bilhão para R$ 1,269 bilhão.
No mesmo período, o crédito total (empréstimos e financiamentos) avançou 19,2%, de R$ 840,5 mil para R$ 1,002 bilhão. Somados todos os ativos – fundos, previdência, consórcios e poupança – o montante chega a R$ 1,848 bilhão, um salto de 28% em relação aos R$ 1,400 bilhão totalizados em novembro de 2013.
Em doze meses, a cooperativa engordou 12,7% o seu quadro de associados, passando a contar com 11.062 novos integrantes, entre pessoas físicas e jurídicas, média de 921 adesões por mês.
“Dobramos de tamanho praticamente a cada três anos”, comemora o presidente da instituição, Wellington Ferreira. Segundo ele, o diferencial do cooperativismo de crédito está no fato de o associado ser dono da cooperativa, não um mero cliente. Outro benefício do sistema, acrescenta, é que os recursos financeiros ficam na própria região onde está localizada a agência, gerando desenvolvimento.
De acordo com Ferreira, outro dado importante é que a cooperativa registrou R$ 193 milhões em patrimônio líquido – indicativo que mede a solidez da organização -, com expansão de 22% sobre os R$ 157 milhões de 2013.
Em matéria de serviços, a Sicredi União é líder nacional em carteira de consórcios, somando R$ 390 milhões, com 34% dos créditos no segmento de pesados, que inclui principalmente máquinas agrícolas, o que mostra a pujança do agronegócio regional, seguido de automóveis (27%), imóveis (25%), motocicletas (12%) e serviços (2%). “Prevemos um crescimento significativo na modalidade de serviços, através da qual a pessoa consegue viabilizar uma viagem, um curso, uma cirurgia estética ou uma pequena reforma”, salienta. Em seguros, é a segunda maior do país, com R$ 29,3 milhões.
Para completar o momento de boas notícias da cooperativa, o presidente informou durante a reunião de segunda-feira que as sobras líquidas do exercício 2014 devem chegar a R$ 27,6 milhões – um crescimento de 24% sobre o montante distribuído em 2013.
Fusões alavancaram expansão
A expansão da Sicredi sediada em Maringá se acelerou ainda mais nos últimos anos, quando se juntou a cooperativas de menor porte e passou a atuar em novas regiões. Em 2009, fundiu-se com a Vale do Bandeirante, de Astorga, e a Norte do Paraná, de Cornélio Procópio, ingressando no mercado de Londrina e região e passando a se chamar Sicredi União, mais abrangente, em vez de Sicredi Maringá.
Pouco depois, absorveu a cooperativa de Porecatu e, no ano passado, inaugurou uma nova etapa em sua história, iniciando operação no Estado de São Paulo, depois de se unir à Sicredi Integradas Centro-Leste Paulista, de Limeira. Com isso, passou a ter 38 unidades de atendimento no noroeste paranaense, 21 no Norte do Estado e 11 no Centro-Leste paulista, cinco das quais abertas neste ano em Piracicaba, Araras, Espírito Santo do Pinhal, Vargem Grande Paulista e São José do Rio Pardo.
Presente na reunião em Maringá, o empresário João Mondoni, que possui uma empresa de tecnologia de informação em Piracicaba (SP), disse que se associou à cooperativa há um ano e meio. “A gente se encanta com o cooperativismo de crédito e cresce com ele”, afirmou Mondoni, ao lado do produtor rural Arnaldo Pastre, de Araras, que fornece cana-de-açúcar para usinas.
Pastre recorreu ao Sicredi, no começo do ano, para financiar a aquisição de quatro colhedoras de cana. “É muito tranquilo trabalhar com a cooperativa, melhor que banco”, salientou. O marceneiro Jerson Luis da Silva e a esposa Valgmere, de Londrina (PR), também vieram a Maringá para participar do evento. Silva disse acreditar que o sistema cooperativista irá se expandir muito nos próximos anos: “Tudo o que precisamos, nós temos lá”. Por sua vez, o corretor de imóveis em Japurá (PR), José Melo Batista, associado há 9 anos, frisou que “as pessoas estão descobrindo as vantagens do sistema, que não vai parar de crescer”.
De acordo com o presidente da Sicredi União, Wellington Ferreira, o cooperativismo de crédito compreende, ainda, apenas 3% do sistema financeiro nacional. “Isto significa que estamos apenas começando”, conclui.