Carta dirigida aos frades sobre celebração das exéquias de Dom Frei Alberto Forst
“Caros confrades,
Fui enviado novamente pelo nosso Comissário como representante de todo o Comissariado Geral para um enterro na Alemanha de mais um de nossos confrades e missionários que viveram entre nós: Dom Frei Alberto Forst.
Desta vez foi mais fácil vir pois eu já estava em Roma para o primeiro encontro da Comissão Internacional para renovação das Constituições da Ordem do Carmo, que terminou exatamente dois dias antes do enterro.
Dom Alberto faleceu no dia 1º de novembro e foi enterrado no dia 07. A celebração das Exéquias aconteceu às 12h30 na Igreja de Eggolsheim, lugar onde Dom Alberto viveu seus últimos anos de vida, numa casa de repouso da Caritas diocesana de Bamberg, cuidada por irmãs provindas da Índia.
Alí ele morava num pequeno apartamento, recebia todos os cuidados necessários e podia celebrar a eucaristia com os outros idosos e as irmãs. Ele faleceu em casa, no seu quarto, cercado pelas religiosas e familiares.
A celebração foi presidia pelo Arcebispo de Bamberg, Dom Ludwig Schick, e concelebrada por diversos confrades e padres da região.
Como principais concelebrantes, isto é, no presbitério em torno do altar, estava o nosso vice-geral, Fr. Christian Körner, representando toda a Ordem do Carmo; Fr. Dieter Lankes, representando a Província da Alemanha; Pe Adriano Stevanelli, que é da Diocese de Dourados e está estudando em Roma, representando o bispo diocesano Dom Redovino Rizzardo e toda a Diocese; eu, como representante do nosso Comissariado Geral; e o pároco local.
Foi uma celebração muito bonita, com cantos de esperança e ressurreição. O Evangelho foi o mesmo que inspirou a sua ordenação episcopal: “Em atenção à tua Palavra, vou lançar as redes…” (Lc 5,5). Na reflexão feita pelo Arcebispo, além de ressaltar o aspecto missionário de Dom Alberto, que soube também responder a um apelo da Igreja conciliar que clamava por uma missão inculturada, e não uma colonização dos povos, ressaltou ainda o aspecto social do trabalho do nosso confrade no Brasil.
Aliás, Dom Alberto foi muito lembrando pelo seu empenho pelas causas sociais, como o Pprojeto do CEIA (Centro de Integração do Adolescente) em Dourados, que hoje atende cerca de 480 crianças e adolescentes.
Após a celebração, o corpo foi levado para o cemitério de Gunzendorf, lugar onde Dom Alberto nasceu e ainda vive seus familiares, para ser enterrado num túmulo reservado aos padres do local, no mesmo cemitério onde estão enterrados os seus pais.
Esse foi um pedido que Dom Alberto deixou manifestado ainda em vida. No cemitério houve um momento de homenagens: Frei Christian falou em nome do padre geral e de todos os carmelitas; Pe. Adriano leu uma carta enviada por Dom Redovino, que não pode estar presente por motivos de saúde; falaram ainda os prefeitos de Eggolsheim e Gunzendorf, e o representante da Cáritas diocesana.
A bênção do túmulo foi presidida pelo Provincial Frei Dieter, e depois aspergido pelo Arcebispo, demais padres e confrades, e todo o povo presente, como é o costume local. Durante a bênção e enquanto acontecia o enterro, uma pequena banda tocava músicas fúnebres, acompanhando todo o momento.
Tudo com muito ritual, inclusive com a presença de uma senhora vestida toda de preto, que era da equipe do funeral e fazia uma espécie de cerimoniária, acompanhando sempre o caixão e orientando cada passo do enterro.
Estavam também presente o Georg e Walburga, irmão e cunhada de Fr. Afonso Pflaum. No Domingo fui visitá-los e pude ajudá-los ainda um pouco na tradução de vários e-mails que receberam do Brasil por ocasião da morte de Frei Afonso. Eles mandam lembranças para todos e continuam muito ligados aos carmelitas do nosso Comissariado.
Na Alemanha já está frio, embora ainda seja Outono. O dia já é muito curto: escurece muito cedo e de manhã o sol demora para surgir. O espetáculo são as folhas amareladas das árvores que trazem à natureza uma cor especial, muito bonito de se ver.
Também são muitas as folhas que já caíram e ainda cairão, deixando as árvores somente com seus galhos, e o chão coberto por um tapete natural. Tudo isso, nesses dias do velório, me fez lembrar uma música do Pe. Zezinho, que é uma grande síntese escatológica sobre a ressurreição, de forma simples e poética.
Ele diz: “Uma folha que caiu depois que ela secou, me ensinou que Deus se importa com as vidas que criou. A folha que caiu e o vento a carregou, me ensinou que mesmo morta seu destino realizou. Acabou com outras folhas adubando aquele chão. E por causa dessas folhas: eis o fruto em minhas mãos…”.
Nossa fé na ressurreição nos faz acreditar que a morte é a passagem para a vida em plenitude, aquela que não tem mais fim. Que a vida doada de nosso confrade Alberto seja também semente que continua crescendo na vida de tantas pessoas que através dele conheceram ainda mais o sentido último de nossa vida, que é o Cristo, e se comprometem com a construção do seu Reino.
Fui enviado novamente pelo nosso Comissário como representante de todo o Comissariado Geral para um enterro na Alemanha de mais um de nossos confrades e missionários que viveram entre nós: Dom Frei Alberto Forst.
Desta vez foi mais fácil vir pois eu já estava em Roma para o primeiro encontro da Comissão Internacional para renovação das Constituições da Ordem do Carmo, que terminou exatamente dois dias antes do enterro.
Dom Alberto faleceu no dia 1º de novembro e foi enterrado no dia 07. A celebração das Exéquias aconteceu às 12h30 na Igreja de Eggolsheim, lugar onde Dom Alberto viveu seus últimos anos de vida, numa casa de repouso da Caritas diocesana de Bamberg, cuidada por irmãs provindas da Índia.
Alí ele morava num pequeno apartamento, recebia todos os cuidados necessários e podia celebrar a eucaristia com os outros idosos e as irmãs. Ele faleceu em casa, no seu quarto, cercado pelas religiosas e familiares.
A celebração foi presidia pelo Arcebispo de Bamberg, Dom Ludwig Schick, e concelebrada por diversos confrades e padres da região.
Como principais concelebrantes, isto é, no presbitério em torno do altar, estava o nosso vice-geral, Fr. Christian Körner, representando toda a Ordem do Carmo; Fr. Dieter Lankes, representando a Província da Alemanha; Pe Adriano Stevanelli, que é da Diocese de Dourados e está estudando em Roma, representando o bispo diocesano Dom Redovino Rizzardo e toda a Diocese; eu, como representante do nosso Comissariado Geral; e o pároco local.
Foi uma celebração muito bonita, com cantos de esperança e ressurreição. O Evangelho foi o mesmo que inspirou a sua ordenação episcopal: “Em atenção à tua Palavra, vou lançar as redes…” (Lc 5,5). Na reflexão feita pelo Arcebispo, além de ressaltar o aspecto missionário de Dom Alberto, que soube também responder a um apelo da Igreja conciliar que clamava por uma missão inculturada, e não uma colonização dos povos, ressaltou ainda o aspecto social do trabalho do nosso confrade no Brasil.
Aliás, Dom Alberto foi muito lembrando pelo seu empenho pelas causas sociais, como o Pprojeto do CEIA (Centro de Integração do Adolescente) em Dourados, que hoje atende cerca de 480 crianças e adolescentes.
Após a celebração, o corpo foi levado para o cemitério de Gunzendorf, lugar onde Dom Alberto nasceu e ainda vive seus familiares, para ser enterrado num túmulo reservado aos padres do local, no mesmo cemitério onde estão enterrados os seus pais.
Esse foi um pedido que Dom Alberto deixou manifestado ainda em vida. No cemitério houve um momento de homenagens: Frei Christian falou em nome do padre geral e de todos os carmelitas; Pe. Adriano leu uma carta enviada por Dom Redovino, que não pode estar presente por motivos de saúde; falaram ainda os prefeitos de Eggolsheim e Gunzendorf, e o representante da Cáritas diocesana.
A bênção do túmulo foi presidida pelo Provincial Frei Dieter, e depois aspergido pelo Arcebispo, demais padres e confrades, e todo o povo presente, como é o costume local. Durante a bênção e enquanto acontecia o enterro, uma pequena banda tocava músicas fúnebres, acompanhando todo o momento.
Tudo com muito ritual, inclusive com a presença de uma senhora vestida toda de preto, que era da equipe do funeral e fazia uma espécie de cerimoniária, acompanhando sempre o caixão e orientando cada passo do enterro.
Estavam também presente o Georg e Walburga, irmão e cunhada de Fr. Afonso Pflaum. No Domingo fui visitá-los e pude ajudá-los ainda um pouco na tradução de vários e-mails que receberam do Brasil por ocasião da morte de Frei Afonso. Eles mandam lembranças para todos e continuam muito ligados aos carmelitas do nosso Comissariado.
Na Alemanha já está frio, embora ainda seja Outono. O dia já é muito curto: escurece muito cedo e de manhã o sol demora para surgir. O espetáculo são as folhas amareladas das árvores que trazem à natureza uma cor especial, muito bonito de se ver.
Também são muitas as folhas que já caíram e ainda cairão, deixando as árvores somente com seus galhos, e o chão coberto por um tapete natural. Tudo isso, nesses dias do velório, me fez lembrar uma música do Pe. Zezinho, que é uma grande síntese escatológica sobre a ressurreição, de forma simples e poética.
Ele diz: “Uma folha que caiu depois que ela secou, me ensinou que Deus se importa com as vidas que criou. A folha que caiu e o vento a carregou, me ensinou que mesmo morta seu destino realizou. Acabou com outras folhas adubando aquele chão. E por causa dessas folhas: eis o fruto em minhas mãos…”.
Nossa fé na ressurreição nos faz acreditar que a morte é a passagem para a vida em plenitude, aquela que não tem mais fim. Que a vida doada de nosso confrade Alberto seja também semente que continua crescendo na vida de tantas pessoas que através dele conheceram ainda mais o sentido último de nossa vida, que é o Cristo, e se comprometem com a construção do seu Reino.
Bamberg, 09/11/14
Fr. Claudemir Rozin O. Carm.”