“Derrota não nos abate”, diz ministro sobre rejeição de decreto presidencial

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse ontem que a derrubada, pela Câmara dos Deputados, do decreto presidencial que criou a Política Nacional de Participação Social demonstrou a vontade de se impor uma derrota política à presidente Dilma Rousseff.
Segundo Carvalho, o governo não desistirá de tornar constitucional e estável o processo de participação social.
“Na prática esse decreto mexia tão pouco com as estruturas. É uma vitória de Pirro, uma vitória que não significa nada a não ser a vontade conservadora de impor uma derrota política à presidente. Mas é uma derrota que não nos abate”, disse se referindo à expressão ‘vitória de Pirro’ usada para expressar uma vitória com ares de derrota.
“Nunca falamos em inventar conselhos, falamos simplesmente em organizar e aprofundar a participação social. Eles não entenderam isso, mas não desistiremos dessa luta para tornar estável o processo de que a participação social seja um método de governo no nosso país”, acrescentou.
Para Carvalho, ao não aceitar o decreto, os parlamentares agiram contra o desejo de participação do povo brasileiro. “A meu juízo, nada mais anacrônico, mais contra os ventos da história, nada mais do que uma tentativa triste de se colocar contra uma vontade irreversível do povo brasileiro que é a vontade da participação. O povo brasileiro não aceita mais uma postura de mero espectador”, acrescentou ao discursar na abertura da 42ª Reunião Nacional do Conselho das Cidades.
Na avaliação do ministro, a derrota de anteontem mostra que a presidente Dilma Rousseff tem razão ao considerar que a reforma política só ocorrerá com uma forte mobilização social e popular.
O ministro também comentou o resultado das eleições presidenciais e disse que a reeleição da presidente Dilma Rousseff aumentou a responsabilidade do governo em apressar os processos, superar limites e corrigir erros.
Para Carvalho, o Brasil não ficou dividido após a eleição. “O fato de um ter votado na Dilma e o outro no Aécio, não nos separa. Nos separa os que tentaram plantar o ódio, mesmo a esses temos que lançar o apelo de que esse não é o caminho”, disse.