Cadeia completará dois anos sem fuga e indefinição sobre agentes preocupa

Prestes a completar dois anos sem fuga, o Minipresídio de Paranavaí vive momentos de incerteza em relação à sequência do trabalho de segurança desenvolvido atualmente pelos agentes carcerários. Os agentes da cadeia pública terão seus contratos encerrados em janeiro e não há previsão de renovação.
Jean Carlos Machado Magalhães, responsável pela equipe da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Sejus), defende a manutenção dos atuais funcionários. Ele frisa que são excelentes profissionais e que a equipe deve ser mantida.
“Eles são profissionais competentes e da inteira confiança. Já estão treinados e conhecem bem a rotina e a maneira como funciona o Setor de Carceragem Provisória. A contratação de uma nova equipe levaria tempo e seria necessário fazer novos treinamentos”, avalia Magalhães.
O Minipresídio de Paranavaí conta com 28 agentes. Eles são responsáveis pela revista pessoal dos presos, dos visitantes, fazem monitoramento interno, externo e também as escoltas.
Os agentes também controlam todos os produtos que entram para os presos e fazem vistorias diárias nas celas.
FUGAS – A cadeia de Paranavaí vive momento de tranquilidade, dizem os agentes, ressaltando o fato de não haver fuga há bastante tempo. No próximo dia 12 completa dois anos sem o registro de fuga da cadeia de Paranavaí, justamente quando começou o trabalho dos atuais agentes.
Foi graças aos agentes que a Polícia Militar e a Polícia Civil frustraram algumas tentativas dos detentos em ganhar a liberdade. Foram realizadas melhorias na segurança e essas adequações também colaboraram para a diminuição de evasões.
Com a ajuda do Conselho Comunitário de Segurança, foi adquirido um detector de metal, dificultando a entrada de materiais no minipresídio. Com recursos administrados pela chefia da 8ª Subdivisão Policial (8ª SDP) foram instaladas chapas de aço na laje e no entorno das celas. Uma tela foi colocada sobre o solário (local que frequentemente recebia material jogado do lado de fora para dentro).
Na última semana o delegado Luiz Carlos Mânica investiu cerca de R$ 8 mil colocando telas na lateral do minipresídio que faz frente com a Rua Antônio José da Silva. Era por esse local que pessoas passavam e lançavam objetos que os presos “pescavam”. Na lista,  telefones celulares e outros materiais proibidos, atirados entre o muro e as celas.
LOTAÇÃO – Na manhã de ontem o minipresídio estava com 211 presos – 193 são homens e 18 mulheres. Aproximadamente 60% deste total são pessoas condenadas e deveriam estar cumprindo a pena em uma unidade prisional.
A cadeia de Paranavaí foi projetada para receber 96 pessoas. Sua construção foi na década de 80. Durante todos esses anos de uso nunca passou por reformas estruturais. A manutenção sempre é feita quando surge o problema, seja em rebelião, nas tentativas e nas fugas.