Programa de Inclusão Digital supera expectativas em Graciosa

Na última sexta-feira, a Sicredi União PR/SP finalizou em Graciosa, distrito de Paranavaí, a primeira turma com 27 participantes – entre associados e familiares – de um inédito programa de inclusão digital, que começou em março.
Fruto de parceria com a Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná (Fatecie), de Paranavaí, que forneceu aos alunos e ex-alunos dos cursos voltados à tecnologia, a oportunidade de serem os instrutores.
O curso utilizou uma sala onde antes funcionava a unidade de atendimento, ao lado da Igreja Matriz, com mobiliário e equipamentos que já não mais serviam à cooperativa e seriam descartados.
Representando a diretoria, o gerente regional de Desenvolvimento, Edson Silva Rocha, disse que foi uma experiência bem sucedida da instituição, tanto que quatro novas turmas de adultos já foram formadas, demonstrando o interesse da população. “Estamos aqui, também, para agregar valor à comunidade”, enfatizou.
A coordenadora do programa, Sandra Michels, ressaltou que ao fazer investimento nas pessoas, “a comunidade cresce e a cooperativa se fortalece”. Segundo ela, a iniciativa é sustentável e apresenta baixo custo.
Dez computadores que haviam sido substituídos e não teriam mais utilidade, foram disponibilizados para que os alunos tivessem aulas gratuitas duas vezes por semana.
“O resultado foi o melhor possível”, avaliou. André Dias Martins, coordenador de curso da Fatecie, comentou que as aulas abrangem questões básicas de informática e as pessoas teriam que se deslocar de Graciosa para fazê-lo, o que poderia criar dificuldades para algumas.
Com 700 associados, a unidade local de atendimento do Sicredi é a única instituição financeira do distrito, que foi fundado há 70 anos por migrantes de descendência alemã, provenientes de Santa Catarina.
De acordo com a gerente Andréia Rodrigues Mendonça Viana, o envolvimento da população com a cooperativa é intenso e, ao criar o programa, um dos objetivos foi ampliar ainda mais o relacionamento com os associados.
Produtor de mandioca e dono de uma tornearia, Jeferson Steinhauser fez o curso e lembra que não entendia nada de computador, tarefa que cabia exclusivamente à esposa. “Estou saindo com um conhecimento básico, mas que já me ajuda muito”, comentou.
Entre os 27 participantes certificados, as idades variaram de 9 a 78 anos. Muitos dos jovens, como a estudante Maria Eduarda Rohling Schmitz, de 11 anos, saíram animados com o aprendizado que receberam de excel, world e power point, por exemplo: “Já estou usando na escola o que aprendi”, disse.
Maria Eduarda é bisneta da professora aposentada Alzira Back, que, depois de também concluir o curso, disse que irá se relacionar mais com as amigas e familiares distantes, pelo facebook.
“A primeira turma foi uma experiência muito gratificante não só para os alunos, mas para todos nós”, afirmou o professor Jáder Ragazzi, já esperando pelo início da segunda turma, em agosto.